A crise amainou no lado financeiro, mas mostrou sua cara no lado real. Este é o resumo da semana.
No lado financeiro, talvez esta tenha sido a melhor semana. Medidas anunciadas pelos governos e bancos centrais começaram a funcionar e produziram um resultado notável: acabou o pânico, aquele sentimento desesperador de que o mundo estava à beira de um colapso financeiro, com quebradeira de bancos e clientes, empresas e pessoas, perdendo depósitos e investimentos.
Isso acabou. Não haverá esse colapso, tal é a convicção hoje. Em consequência, o fluxo de empréstimos começou a dar sinais de vida. Longe da normalidade, mas também longe da paralisia de semanas anteriores. Foi esse ambiente que as bolsas celebraram até quinta.
Mas a semana termina com a crise mostrando sua cara no lado real, especialmente para nós, brasileiros. O sinal mais forte veio hoje cedo, da Vale, que anunciou uma redução em sua produção mundial de minério de ferro, níquel, alumínio, ferro-liga e outros produtos. A razão: a óbvia desaceleração da economia mundial.
Na quinta, montadoras de veículos haviam anunciado férias coletivas, para reduzir a produção e “adequá-la” ao consumo em queda.
No lado externo: a Vale, que cresceu espetacularmente com base no crescimento esperacular da economia mundial, inclusive chinesa, paga o preço agora. A China, até a China está desacelerando.
No lado interno: 70% da venda de automóveis se faz no crediário, que havia crescido espetacularmente no Brasil nos últimos anos, graças, entre outras coisas, ao sistema financeiro mundial que ofereceu capital barato. O crédito aperta, as montadoras fecham.
Resumo: saímos da fase do pânico, do medo de colapso iminente, para a longa fase (lenta, cinzenta) da desaceleração/recessão. Alguns crescerão menos, outros andarão para trás.
O que falta saber: profundidade e duração dessa parada.
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