Alta do dólar já afeta o varejo

Lojistas e economistas prevêem que impacto da crise no comércio será mais forte em janeiro

Eletros

Os lojistas que estão renovando os estoques, que estarão no varejo no início do próximo ano, deparam com altas nas tabelas de fornecedores que chegam a 25%. “Quando nossos pedidos de televisores, computadores e celulares começarem a chegar, a partir de janeiro, já estarão com os preços majorados”, informa o gerente de compras da rede de lojas Novo Mundo, Lindomar Azevedo.

Já o diretor-comercial da rede Fujioka, Carlos Alberto Yoshida, lembra que alguns produtos já estarão mais caros neste Natal.

“Nossos estoques não serão suficientes para atender a demanda e os pedidos às indústrias, que fizemos agora, estão com os preços mais elevados”, lamenta.

Segundo ele, as negociações com os fornecedores estão difíceis, porque a crise financeira é internacional, de grande amplitude.

Os artigos de informática, que têm a maioria dos componentes importados, já estão chegando, em média, 25% mais caros no varejo desde que o dólar disparou no mercado devido a crise financeira mundial. As conseqüências já são sentidas pelo gerente de Revenda da Primatek, Fernando Loyola. As vendas caíram cerca de 30%, em outubro, e as previsões para o Natal não são boas. “Este Natal será caro e magro”, lamenta.

Planos Os especialistas no mercado financeiro apostam que o dólar continuará variando diariamente, ainda por um bom tempo. Mas prevêem que a moeda norte-americana ficará cotada a R$ 2,00 no fechamento do ano.

Diante disso, recomendam que a compra de dólares só deve ser feita por aquelas pessoas que têm despesas na moeda americana ou que pretendem viajar para o exterior.

Quem terá gastos em moeda estrangeira apenas daqui a mais de seis meses pode esperar um pouco mais, recomenda o diretor da Bulk Investimentos, Rogério Medanha.