sexta-feira, 25 de junho de 2010

Lavar alimentos pode ser inútil para tirar agrotóxicos, dizem especialistas

Defensivos agrícolas podem ficar dentro dos alimentos.Instituto pede regras mais rígidas para controlar venenos.

Deixar vegetais de molho no vinagre antes de levá-los à mesa pode ser ótimo para matar micróbios, mas nem sempre vai funcionar quando se quer tirar agrotóxicos de frutas e verduras, relataram especialistas ouvidos pelo G1.


A preocupação com resíduos tóxicos na comida ganhou força nesta quarta-feira (24), quando um relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
De 3.130 amostras coletadas pela agência, 29% apresentaram algum tipo de irregularidade.

Lavar vegetais funciona bem apenas nos casos em que não há penetração das substâncias tóxicas no alimento, afirma especialista do Ceatox. (Foto: Patrycja Cieszkowska/stock.xchng)

Segundo Anthony Wong, diretor médico do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) da Faculdade de Medicina da USP, “se o agrotóxico for de superfície, de aplicação limitada à parte externa do alimento, elimina-se o risco na maioria das vezes lavando bem”, diz. Os casos do morango e do tomate, por exemplo, poderiam ser “facilmente resolvidos” assim.

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A dificuldade cresce nas situações em que há penetração da substância. “Nesse quadro, a fervura pode inativá-la, mas há agrotóxicos à base de zinco ou estanho, à base de metais, que são chamados estáveis”, afirma Wong. “Quando isso ocorre, o aquecimento não inativa, logo não reduz o perigo.”

O médico Wanderlei Pignati, professor de Saúde Ambiental na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), é mais cético em relação à água. "[Lavar os alimentos] não resolve praticamente nada. Vai eliminar o agrotóxico que tem na casca, mas o grande problema está dentro", afirma.

LaboratóriosEm 15 de 20 culturas analisadas pela Anvisa foram encontrados ingredientes ativos em processo de reavaliação toxicológica junto à agência, como o endossulfan em pepino e pimentão; acefato em cebola e cenoura; e metamidofós em pimentão, tomate, alface e cebola.

Já existe no Brasil uma “indicação de banimento” para as três substâncias. Dirceu Barbano, diretor da Anvisa, afirmou na quarta-feira (23) que esses ingredientes causam problemas neurológicos, reprodutivos, de desregulação hormonal e até câncer.

De acordo com Pignati, a estatísticas não mostram essas doenças relacionadas a agrotóxicos porque é difícil fazer exames para identificar substâncias tóxicas no organismo. "Aqui em Mato Grosso, se eu quiser fazer uma análise de suspeita de resíduos de agrotóxicos no sangue ou na urina, tenho que mandar a amostra para o Rio de Janeiro ou São Paulo".

Consumidor impotenteSegundo Wong, do Ceatox, a total eliminação de situações de risco depende do governo. “Aí, só fiscalização mesmo. Não tem como eliminar por lavagem ou fervura.”

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) defende regras mais rígidas para agrotóxicos. "Dentre as medidas necessárias está a reavaliação toxicológica das substâncias pela Anvisa, uma vez que vários agrotóxicos utilizados no Brasil já foram proibidos em outros países, diante das evidências de seus riscos", comunicou a ONG em nota ao G1.

Dentro dos padrõesPara o engenheiro de alimentos Carlos Eduardo Sassano, professor da Universidade de Guarulhos, o problema seria resolvido se os agrotóxicos fossem utilizados da maneira correta. "Se fossem usados dentro dos padrões permitidos, não teria problema", defende.

Segundo ele, o consumo de alimentos orgânicos poderia ser uma boa alternativa, mas é difícil haver produção suficiente. "Estamos falando de uma sociedade moderna, onde a produtividade tem que ser alta. Por isso a gente não vislumbra agricultura sem agrotóxico."

Voz dissidenteO médico Angelo Trapé, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), discorda da opinião dos colegas. Segundo ele, as irregularidades encontradas pela Anvisa não mostram que haja perigo ao consumidor, pois a quantidade de agrotóxicos nos alimentos é muito pequena. "A população pode ingerir alimentos de maneira segura que não vai causar nenhum dano à sua saúde."

Os fabricantes de defensivos agrícolas, por meio da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), defendem que os produtores rurais estão cada vez mais preocupados em aplicar corretamente os agrotóxicos.

"A Andef considera fundamental tranqüilizar a população quanto à segurança dos alimentos tratados com defensivos aplicados de acordo com as recomendações agronômicas e oficialmente registrados", afirmou a instituição em nota divulgada à imprensa.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Copa 2014 vai injetar R$142 bi no Brasil

São Paulo- Os investimentos para a Copa do Mundo de 2014 vão injetar R$ 142,3 bilhões na economia brasileira entre os anos de 2010 e 2014, segundo levantamento divulgado ontem pela consultoria Ernst & Young, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com o estudo, o valor é composto por investimentos diretos em organização e infraestrutura (R$ 29,6 bilhões), somados aos impactos indiretos na produção de bens e serviços (R$ 112,7 bilhões).
O levantamento ainda estima criação de 3,6 milhões de empregos e um impacto de R$ 63,4 bilhões sobre a renda. Já a arrecadação dos cofres públicos deve ter o adicional de R$ 18,1 bilhões. O impacto de investimentos representará o equivalente a 2,17% do Produto Interno Brasileiro (PIB) previsto para 2010.
O setor que deve ser mais beneficiado é o da construção civil, cujo aumento de produção é estimado em R$ 8,14 bilhões. O estudo aponta para avanços em outros 24 setores, entre eles os de serviços prestados às empresas (cerca de R$ 7 bilhões), hotelaria (cerca de R$ 3 bilhões adicionais) e alimentos e bebidas (cerca de R$ 2,5 bilhões a mais).
Os realizadores do estudo acreditam que, mesmo com possíveis oscilações da economia, os investimentos devem se manter consistentes. "Praticamente metade dos investimentos diretos (42%) é de gastos públicos ligados ao cronograma", disse Fernando Blumenschein, coordenador de projetos da FGV. "Outra parte (58%) será de investimentos privados, mas com um retorno significativo", frisou. (AE)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Cadeirinhas para crianças devem ser compatíveis com o carro

Denatran, Inmetro e ONG Criança Segura tiram dúvidas sobre o assunto.Uso do equipamento será obrigatório a partir de 1º de setembro.

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As cadeirinhas que permitem crianças de até sete anos e meio serem transportadas nos carros virou preocupação de pais e responsáveis que ainda não se adequaram à nova norma do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). A resolução que obriga o uso de equipamento específico para cada faixa etária (veja tabela abaixo) deveria ter começado a vigorar nesta quarta-feira (9), mas foi adiada para 1º de setembro.


Consultados pelo G1, o Inmetro, Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), a Associação de Locadoras de Automóveis (Abla) e a ONG Criança Segura esclareceram algumas dúvidas enviadas pelos leitores.

As cadeirinhas têm tamanho ou sistema padrão para se adaptar a qualquer carro?

Não, pois as dimensões do carro e o tipo de cinto de segurança utilizado nos bancos traseiros variam de veículo para veículo. O carro e a cadeirinha podem até ser incompatíveis. Além do tamanho do produto, é preciso checar no manual se ele foi desenvolvido para ser preso por cintos de dois ou de três pontos de fixação. Os cintos de três pontos são aqueles que fixam cintura e tronco; os de dois pontos envolvem apenas a barriga da pessoa.

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“O problema é que a maioria das cadeirinhas é feita para cintos de três pontos e, no Brasil, ainda há muitos carros com cinto de dois pontos, principalmente na parte central do banco traseiro”, afirma a representante da ONG, Francine Ricci. Por esses motivos, a ONG Criança Segura recomenda que o consumidor esteja com o automóvel no dia da compra para checar as medidas da cadeirinha em relação ao carro e evitar prejuízos com a aquisição do modelo errado.

Para evitar que o equipamento de segurança fique de alguma forma solto, a instalação do produto deve ser seguida rigorosamente de acordo com o manual de instruções.

As cadeirinhas compradas fora do país não têm o selo de garantia do Inmetro. Quem estiver com o equipamento sem a certificação pode ser multado?

Aqueles que adquirirem o produto no exterior, devem apenas ficar atentos à certificação local. Nos Estados Unidos e na Europa só podem ser comercializados equipamentos aprovados por testes de qualidade. De acordo com o Inmetro, os consumidores não serão multados caso circulem com o produto sem o selo, mas a loja que o vender corre o risco de ser punida.

Se a criança estiver numa cadeira que não é mais apropriada para a idade dela, mas o aniversário foi há um mês, por exemplo, os pais levarão multa ou haverá um prazo de tolerância para a troca?

Se a criança estiver em uma cadeira que não é mais apropriada, o motorista pode ser multado. De acordo com o Denatran, caso a criança esteja em uma cadeira menor ou maior para a idade dela, o agente de trânsito “agirá com bom senso” para avaliar se a criança ainda está adequada ao equipamento ou não.

Se o bebê for amamentado no carro, ou seja, fora da cadeirinha, os pais serão multados?
Tirar a criança do bebê conforto com o carro em movimento para amamentar será considerada uma infração. Em nenhum momento ela deve estar no colo de um adulto, porque em colisões o peso do corpo da pessoa pode esmagar a criança, entre outras consequências.

Instalação deve ser feita de acordo com o manualdo produto (Foto: Carolina Iskandarian/ G1)
É permitido substituir o assento de elevação por almofadas e travesseiros?Não, a substituição é proibida e os pais ou responsáveis podem ser multados. A lei estabelece que apenas o equipamento de segurança pode ser utilizado.

As crianças terão de usar cadeirinhas nos veículos de transporte escolar?Não. As exigências não se aplicam aos veículos de transporte coletivo, de aluguel, de transporte autônomo de passageiro (táxis), aos veículos escolares e demais veículos com peso bruto total superior a 3,5t.

Apesar disso, a ONG Criança Segura recomenda que o equipamento seja utilizado pelos pais especialmente nos táxis. “Nos veículos escolares, os cintos são apenas de dois pontos, o que pode não ser compatível a muitas cadeirinhas. Nessa situação, o uso do cinto de segurança é fundamental”, alerta a representante da ONG.

Os pais que têm o hábito de alugar carro terão de comprar cadeirinhas?A lei não obriga o uso do equipamento de segurança em carros alugados, no entanto, algumas empresas locadoras vão oferecer um serviço de cortesia ou de locação do equipamento, o que representaria uma taxa de manutenção. De acordo com o presidente da Abla, João Claudio Bourg, um lote de cadeirinhas foi importado pela associação, que venderá a baixo custo as 1,2 mil empresas associadas.

Aqueles que têm picape com cabine simples (tem somente os bancos da frente), agora com o equipamento, podem transportar crianças?

Agora, no caso de veículos que possuem somente banco dianteiro é permitido o transporte de crianças de até dez anos de idade com o uso do dispositivo de retenção. Se o veículo for equipado com airbags frontais, o equipamento de retenção de criança deve ser utilizado no sentido da marcha do veículo e não poderá ter badejas ou acessórios. No entanto, especialistas recomendam a desativação do airbag.
Além disso, o banco deverá ser ajustado em sua última posição de recuo, exceto no caso de indicação específica do fabricante do veículo.

O que fazer quando a quantidade de crianças transportadas ultrapassar a capacidade do banco traseiro?

Se o número de crianças com idade inferior a dez anos exceder a capacidade de lotação do banco traseiro, é permitido o transporte da criança de maior estatura no banco dianteiro, desde que utilize o dispositivo de retenção.

Qual será o valor da multa para aqueles que não respeitarem a lei?A punição definida pelo Contran é de multa de R$ 191,54 e sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do motorista que transporta de forma irregular os menores de 10 anos.

Empresa japonesa produz vaso sanitário de ouro

Equipamento folheado a ouro que mata qualquer bactéria, toca música digital e custa mais de R$ 75 mil está em exibição na World Expo 2010

O vaso sanitário folheado a ouro, atração da World Expo 2010: equipamento mata bactéria e também toca jazz

SAIBA MAISNa World Expo 2010 em Xangai, o Brasil faz presença com sua diversidade cultural, futebol e samba. No pavilhão do Japão, não é de se estranhar que a tecnologia seja um dos destaques. Mas que o governo tenha escolhido um vaso sanitário de ouro para representar seus avanços científicos, isso é surpresa.
Produzido pela Inax Corp., o vaso sanitário folheado a ouro, batizado de “Regio toilet”, é uma peça única que traz todos os recursos tecnológicos de jato de ar quente e esterilização – isso mesmo, o processo de limpeza criado especialmente pela Sharp utiiliza partículas ionizadas para matar as bactérias.
Enquanto o usuário atende, digamos, o chamado da natureza, o equipamento toca música digital, mais precisamente jazz do pianista Yoshiko Kishino, que compôs faixas originais para servir de fundo musical. O som é distribuído pelo banheiro por alto-falantes instalados na privada. Sem contar, claro, que o vaso tem assento aquecido e descarga automática.
Tudo isso, porém, vem com um preço, no caso de US$ 20 mil a US$ 40 mil, o equivalente a R$ 37,7 mil a R$ 75,3 mil.

Seis negócios para você montar em casa

Para evitar despesas na largada, você pode trabalhar na sala, no quarto ou na garagem
Por Wagner Roque

Muita gente que decide montar o próprio negócio prefere fazê-lo em casa, ao menos no começo, para diminuir os riscos da empreitada. Entre outras vantagens, trabalhar por conta própria em casa permite um certo conforto e economia de tempo e de dinheiro. Mas atenção: você precisará ter muita disciplina para que isso não comprometa a sua produtividade. É fundamental delimitar o espaço físico entre a casa e o trabalho e tomar cuidado para que não haja interferência da família no dia-a-dia do negócio. Procure respeitar os horários. Nada de parar no meio do expediente para um cochilo ou para asssitir à TV. Você também não deve estar 24 horas por dia à disposição dos clientes. Lembre-se de que suas horas de descanso e de dedicação à família também devem ser sagradas tanto quanto possível.
Até pouco tempo atrás, trabalhar em casa era algo restrito a atividades como costura, produção de comida congelada e artesanato. Com o tempo, a lista foi crescendo e hoje inclui também atividades descoladas, como promoção de eventos, aluguel de som e luz para festas, agência de turismo, escritório de design para sites, criação de jogos para celulares e produção de incensos, velas e aromas. Se você se interessou por alguma dessas atividades, confira a seguir algumas dicas de empresários que atuam nesses ramos para você se dar bem.
Perfumes terapêuticos
A aromaterapia pode ser uma oportunidade para novos negócios dentro do setor de bem-estar. O mercado ligado ao bem-estar segue em alta no país. Um número cada vez maior de pessoas busca alternativas para equilibrar o corpo e a mente e para reduzir o estresse do dia-a-dia. Muitas atividades exigem investimentos relativamente altos, como a montagem de um spa urbano ou de uma clínica de terapias orientais. Mas se você tem afinidades com o ramo e não dispõe de muito capital, pode iniciar um negócio de produção de incensos, velas, sabonetes, sachês e outros aromatizantes, em sua própria casa, sem fazer grandes investimentos.

O empresário João Pedro Hessel Filho, de São Paulo, que atua no ramo, diz que o ideal é você começar fazendo um ou outro item apenas e ir aumentando a gama de produtos à medida que for se firmando no mercado. Além de vender os produtos diretamente para o consumidor final e para as lojas, você pode formar parcerias com outras empresas do ramo, como as clínicas de terapias orientais.
Há espaço também para quem quer oferecer serviços de aromatização de ambientes para empresas, como faz a aromaterapeuta e psicóloga Sâmia Maluf, da By Sâmia, de São Paulo. O trabalho consiste em estudar e mapear os problemas existentes no ambiente antes de definir que tipo de aroma será utilizado. Um consultório dentário, por exemplo, pode optar por óleos cujos aromas tranquilizem os pacientes. Para uma loja de doces, um cheirinho que estimule o apetite nos clientes pode ser uma boa ideia. Há também substâncias que instigam o aumento da produtividade. Mas é preciso se precaver com possíveis casos de pessoas alérgicas.
É importante também tomar alguns cuidados com a segurança. Como a parafina e a glicerina, duas matérias-primas muito utilizadas na área, são inflamáveis, procure instalar o negócio num cômodo livre, bem ventilado e que não seja frequentado por crianças, nem por animais de estimação. Mesmo assim, convém manter um extintor de incêndio sempre por perto. É fundamental também conhecer bem as diferentes substâncias utilizadas na produção e seus efeitos. Algumas podem causar alergia em pessoas que têm problemas respiratórios