terça-feira, 4 de novembro de 2008

Consumo de café na gravidez afeta peso do feto

LONDRES - Mulheres que consomem cafeína - mesmo que apenas uma xícara por dia - têm mais chances de ter um bebê abaixo do peso, indica um estudo publicado nesta segunda-feira no "British Medical Journal". Os resultados também associam outras fontes de cafeína como chás, refrigerantes, chocolates e alguns medicamentos ao desenvolvimento fetal retardado.

O estudo é a mais recente evidência que de que a quantidade de cafeína consumida por dia pode ter impacto na saúde das mulheres grávidas. Em janeiro, pesquisadores americanos observaram que grávidas que tomam duas ou mais xícaras de café por dia tinham duas vezes mais chances de ter um aborto.

Bebês nascidos abaixo do peso tendem a desenvolver uma série de problemas de saúde na idade adulta, incluindo pressão alta, diabetes e problemas cardíacos.

O consumo de uma a duas xícaras de café - o que equivale de cem a 199 miligramas - por dia aumenta em 20% o risco de ser ter um bebê com baixo peso ao nascer em comparação com o consumo diário de até cem miligramas.

- O consumo de café durante a gravidez está associado ao aumento do risco de restrições ao desenvolvimento fetal e essa associação continua ao longo da gravidez - afirma Justin Konje, da Universidade de Leicester. - Simples recomendações poderiam reduzir a ingestão de cafeína antes da concepção e durante a gravidez.

A equipe, que também inclui pesquisadores da Universidade de Leeds, acompanhou 2.645 mulheres com idade média de 30 anos entre a oitava e a décima-segunda semana de gestação. Elas relataram um consumo médio de 159 miligramas por dia, menos do que os 200 miligramas recomendados na Grã-Bretanha.

A possibilidade de ter um bebê de baixo peso subiu para 50% para as mulheres que consumiam entre 200 e 299 miligramas - duas a três xícaras - de café por dia. O impacto é semelhante ao do álcool e se mantém ao longo da gravidez.

- Não podemos dizer que haja um limite abaixo do qual não haja efeito. Minha recomendação é reduzir a ingestão de cafeína ao mínimo possível. É preciso ser realista porque não se pode esperar que as pessoas parem de tomar café - afirma Konje.


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