segunda-feira, 30 de junho de 2008

Mulheres ganham menos, mas gastam mais, aponta Fecomercio-SP

No entanto, tentação do crédito fácil não seduz apenas as mulheres.14% dos paulistanos de ambos os sexos admitem estar muito endividados
Estudo da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) constatou que as mulheres ganham menos, mas proporcionalmente gastam mais do que os homens. A Fecomercio-SP ouviu 1.360 consumidores da Região Metropolitana de São Paulo.
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"A mulher se endivida mais do que o homem", afirma o diretor da Fecomercio-SP, Antônio Carlos Borges.
"Homens e mulheres são diferentes quanto ao seu comportamento. O homem é mais racional. As mulheres são mais impulsivas, buscam mais o prazer da coisa bonita, da coisa do conforto, em termos gerais sempre", acrescenta o diretor da Fecomercio-SP, Antônio Carlos Borges.
Ao todo, 51% das mulheres têm alguma dívida e um terço das endividadas está com as contas em atraso. O estudo da Fecomercio revela ainda que as paulistanas mais endividadas são as que ganham menos - 59% das mulheres que ganham até três salários-mínimos (ou seja, R$ 1.245) estão com prestações a pagar.
Mas a tentação do crédito fácil não seduz apenas as mulheres. 14% dos consumidores paulistanos de ambos os sexos admitem estar muito endividados e 32% - quase um terço deles - acham que não vão conseguir pagar o que devem.
O principal motivo para a inadimplência, segundo a pesquisa, é a falta de controle financeiro. Descontrole é um problema que o empresário José Souza conhece bem. Dono de uma gráfica, ele tem nada menos que oito aparelhos de TV em casa - um para cada cômodo. Tem TV até no banheiro.
"Ele também gosta de assistir ao futebol até quando ele está tomando banho", comenta a mulher dele, a empresária Marli de Souza.
"Não adianta você falar que vai poupar. Eu não consigo. Meus limites são todos estourados", admite o empresário. "A gente não tem nada guardado. Nada, nada, nada", diz a mulher dele.
O casal precisa começar a pensar no futuro. O conselho é do professor de economia e administração da Universidade de São Paulo (USP), Nelson Barrizzelli.
"Seria razoável alguma coisa, entre 20% e 30% do salário, ser todos os meses deixada de lado para o futuro. A primeira dívida a ser eliminada é a dívida do cartão de crédito. Esse tipo de crédito hoje custa de 10% a 12% ao mês", recomenda o professor.
É vantagem pedir empréstimo pessoal no banco para pagar a dívida no cartão. Os juros variam de 3% a 4% ao mês.
"Uma outra dívida a ser eliminada é a dívida do cheque especial, que custa entre 8% e 10% ao mês. A pessoa deveria, realmente, pensar em só guardar um dinheiro necessário para fazer suas compras à vista", acrescenta o professor Nelson Barrizzelli.
Também é vantagem batalhar por descontos. "Eu ouço muitas pessoas dizerem o seguinte: 'Olha, não vale a pena 3% ou 4% de desconto'. Elas esquecem que esta é a inflação de um ano", alerta o professor.
A receita é tão simples quanto difícil de colocar em prática. "Dá para mudar. Não sei se eu vou ter vontade mudar", comenta o empresário José Souza.
"Meu marido ainda está conseguindo manter os meus gastos. Até quando eu não sei", diz a assistente de vendas Isabel Silvério.
"Eu vou doutrinando a Núbia, e ela vai seguindo as regras", diz Mário Boito, marido de Núbia. "E eu vou fingindo que aprendo", brinca a jornalista.

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