domingo, 8 de junho de 2008

Casas Bahia contrata auditoria para assinar o balanço

A Casas Bahia, a maior varejista de eletrodomésticos e móveis do país, está na reta final para contratar uma firma de auditoria para assinar seus balanços financeiros. Foram convidadas a participar do processo as quatro grandes multinacionais do setor: PricewaterhouseCoopers, Deloitte, Ernst & Young e KPMG.
A nova lei contábil brasileira, a Lei nº 11.638, passou a exigir que empresas de grande porte, mesmo aquelas de capital fechado, tenham seus balanços auditados. Contudo, essas empresas não precisarão tornar públicas as suas contas, diferentemente das sociedades anônimas. Para a infelicidade dos concorrentes, que adorariam ter acesso aos dados da Casas Bahia, a empresa não pretende divulgar seus números.
"Trata-se de cumprir uma lei. A auditoria vai saber dados estratégicos do nosso negócio, por isso não vou divulgar", disse Michael Klein. O processo de seleção, iniciado no final do ano passado, tem sido rigoroso e não tem nada a ver com a possível venda da empresa, afirmou o executivo. No ano passado, circularam rumores de que os sócios teriam buscado ofertas entre os potenciais compradores.
A preferência por firmas de auditoria multinacionais deve-se ao conjunto de critérios delineados por Klein e que inclui a escolha de uma auditora de grande porte, capaz de auditar uma varejista que faturou R$ 13 bilhões em 2007, possui 60 mil funcionários, 560 lojas e uma frota de 2,4 mil caminhões.
Klein, zeloso dos segredos de seu negócio - "alguém tem que cuidar 'do' lojinha", diz, bem humorado - , também exige que a selecionada não faça auditoria dos balanços de outra varejista.
A Deloitte, então, poderia ser descartada por auditar o balanço das maiores concorrentes, o Ponto Frio e o Magazine Luiza, além de assinar os balanços da Lojas Americanas. Mas o processo de escolha ainda não terminou.
Outras varejistas de porte muito menor, que também são sociedades limitadas e administradas pelos sócios controladores, como a Tok & Stok, já têm como prática auditar seus balanços há muitos anos, mesmo sem serem obrigadas a fazê-lo por lei. Até hoje, porém, a Casas Bahia nunca havia sentido essa necessidade.
Atualmente, o capital da Casas Bahia está nas mãos de quatro donos - Samuel, o fundador, e seus três filhos Michael, Saul e Eva. Além de Michael, Saul também está envolvido com os negócios e responde pela área de compra e venda de mercadorias. Eva vive com a família nos Estados Unidos. Cada um tem 25% da Casas Bahia.