quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Bicicleta melhora trânsito e a saúde


Aumenta em Goiânia o número daqueles que trocaram o carro pela ‘magrela’

Criado na Europa há 11 anos, o Dia Mundial Sem Carro foi celebrado ontem em vários países. Para marcar a data, que visa a redução da poluição ambiental, melhoria do trânsito e da qualidade de vida da população, as pessoas foram convidadas a deixar seus carros na garagem durante todo o dia e a buscar outros meios de locomoção pelas cidades. Em Goiânia, capital com uma das maiores frotas do País, o movimento nas ruas mostrou que os goianienses deixaram a data passar em branco.

Como acontece diariamente, pelo menos nos dias úteis, quase 900 mil veículos, incluindo cerca de 700 mil carros e motocicletas, circularam pelas ruas da capital no Dia Mundial Sem Carro, cuja celebração ocorre dentro da Semana Nacional de Trânsito. Mas, na contramão daqueles que não deixam o carro parado nem mesmo em uma data especial, aos poucos vem aumentando o número de goianienses que opta por outro meio de transporte.

O biólogo Fernando Ferrari de Morais, de 30 anos, faz parte do time dos que já trocaram o carro pela bicicleta. A troca aconteceu há quatro anos, quando ele ainda morava em Campinas (SP). “Mandei consertar uma bicicleta que tinha em casa e percebi que, se não começasse a pedalar, teria jogado dinheiro fora”, recorda Fernando.

Para evitar o prejuízo, ele passou a usar a bicicleta diariamente, inclusive para ir trabalhar. Quando se mudou para Goiânia, manteve o hábito. Morando no Setor Negrão de Lima e trabalhando no Setor Bueno, Fernando pedala diariamente cerca de 14 quilômetros, apenas no trajeto de ida e volta do serviço.

O uso do carro fica restrito aos passeios com a namorada e às idas ao supermercado, por exemplo. “Isso porque não consigo carregar as compras na bicicleta”, diz Fernando, que não abre mão dos equipamentos de segurança, como óculos, luva e capacete, nem do respeito às leis de trânsito. “Ciclista também precisa obedecer à sinalização”, ensina o biólogo, que garante só ter tido ganhos com a troca do carro pela bicicleta. As pedaladas diárias melhoraram a saúde de Fernando. E o físico também: em seis meses, ele emagreceu18 quilos. Outro ganho foi de tempo. Em dias chuvosos, por exemplo, ele gasta cerca de 40 minutos de carro para ir de casa ao trabalho. Com a bicicleta, esse tempo não passa de 21 minutos.

O meio ambiente e o trânsito também ganharam com a escolha de Fernando. “Além da bicicleta não poluir, seu uso ainda representa um carro a menos nas ruas e, consequentemente, menos tumulto no trânsito”, diz o biólogo, para quem se mais pessoas optassem pela bicicleta a segurança nas ruas poderia melhorar. Para incentivar o uso do veículo, ele sugere mais investimentos na sinalização das vias e na educação de motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres para o respeito às leis de trânsito.

Na casa de Sirlene Bonifácio da Silva, de 38 anos, o carro também é deixado apenas para os passeios de toda a família ou para situações emergenciais. O transporte coletivo também só é usado em casos raros. No dia-a-dia, ela, o marido José Serra e as filhas Isabella e Gabriella recorrem mesmo às bicicletas e caminhadas.

As deficiências no transporte coletivo da capital, com ônibus lotados e quase sempre atrasados, foram as principais razões que levaram Sirlene a aderir ao uso da bicicleta. “Mesmo saindo mais cedo de casa, frequentemente chegava atrasada ao trabalho”, conta Sirlene, que mora na Vila Romana, próximo à BR-153, e gasta cerca de uma hora no percurso dos dois ônibus que precisa pegar para chegar ao trabalho, no Setor Oeste.

De bicicleta, ela não leva mais de meia hora para percorrer os 6 quilômetros entre sua casa e o trabalho. O marido de Sirlene também só vai para o serviço de bicicleta.

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