quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Bateu? Tire o seu carro da rua

Há um mês a amt não registra mais acidentes sem vítimas. mas motorista ainda não sabe o que fazer

Carla de Oliveira
As mudanças no registro de acidentes em Goiânia têm gerado dúvidas e reclamações dos motoristas. Desde 17 de agosto, quem se envolve em batidas sem vítimas deve retirar o veículo do local, procurar um dos postos da Agência Municipal de Trânsito (AMT) e pagar uma taxa de 21 reais para registrar a ocorrência.

Se o acidente ocorrer no final de semana ou à noite, é preciso esperar o próximo dia útil para efetuar o registro. Os envolvidos têm prazo de cinco dias úteis para fazer o boletim de ocorrência. O procedimento, que já era previsto no artigo 178 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), não tem sido bem aceito por parte da população.

No dia 3 de setembro, a designer Ana Bandeira, de 33 anos, se envolveu em um acidente perto do Terminal Rodoviário de Goiânia. Desde então, Ana trafega com o carro estragado e indignada. “No dia, nós chegamos a agência mais próxima, às 18h02 e não fomos atendidos porque o agente já havia saído. Depois disso, tive de ir sozinha fazer o registro porque a pessoa culpada pelo acidente não podia mais acompanhar ”, diz.

PeríciaPresidente da AMT, Miguel Tiago explica que nada mudou no registro dos acidentes sem vítimas. Segundo ele, antes da alteração, as pessoas ficavam no local, obstruindo o trânsito, aguardando a chegada do agente, porque pensavam que ele faria uma perícia.

“O boletim é o mesmo. O agente ia ao local para fazê-lo e colocava a versão das duas partes. Não se tratava de perícia, mas as pessoas esperavam que o agente resolvesse o problema”, assinala.
O presidente da AMT frisa que, mesmo que as partes procurem fazer o registro em separado, o documento gerado será único.

“O procedimento é semelhante ao registro de boletim de ocorrências criminais. A pessoa que se diz vítima não precisa levar o outro lado para fazer o registro. Ocorre de cada parte procurar delegacias diferentes e isso não prejudica o processo”, compara.

Miguel Tiago destaca que a mudança foi implementada por recomendação do Ministério Público (MP), já que havia previsão no CTB, e não por iniciativa própria da AMT. Ele acrescenta que o valor do documento é o mesmo, independente ter sido emitido no local do acidente ou na agência da AMT, e que o problema tem sido a desinformação.

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