domingo, 19 de outubro de 2008

Jovem baleada após seqüestro no ABC tem morte cerebral, diz equipe médica

Após ser mantida refém por mais de 100 horas, Eloá levou tiro na cabeça.Testes apontaram que cérebro não tem atividade.


A jovem Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, que foi mantida refém durante mais de 100 horas pelo ex-namorado em Santo André, no ABC, teve morte cerebral confirmada às 23h30 deste sábado (18), segundo informou o secretário de Saúde do município, Homero Nepomuceno Duarte.

Ainda no sábado, a neurocirurgiã Grace Mayre Lydia havia previsto que a menina “neurologicamente, nunca sairia dessa situação”. Apesar disso, ela informou que a jovem “tinha sinais vitais e o coração batia”. A médica disse que Eloá estava em estado gravíssimo e seguia em coma.

A família de Eloá foi informada sobre a morte cerebral da jovem logo após o diagnóstico.

Segundo a diretora do Centro Hospitalar de Santo André, Rosa Maria Aguiar, a mãe, os irmãos e outros familiares da adolescente se encontram no hospital. O pai da menina não estava no local por volta de 1h10 (já no horário de verão). “A família está sendo atendida por psicólogos do hospital, está sendo apoiada”, afirmou a médica.

De acordo com Segundo Rosa, os familiares da estudante sempre tiveram fé em sua melhora. “Todo o tempo, a família tinha fé de que ela ia sair do coma. Todo mundo desabou (com a notícia)”, afirmou. Perguntada sobre como se sentia diante do diagnóstico, a médica respondeu emocionada: “é frustrante”. Após a divulgação da morte cerebral de Eloá, um grupo de pessoas se reuniu em frente ao hospital e fez orações pela adolescente.

Bateria de exames
A confirmação da morte cerebral de Eloá foi feita a partir de uma série de exames, que foram repetidos com um intervalo de seis horas neste sábado. Entre eles, exames laboratoriais, para analisar a dosagem de gases diluídos no sangue da paciente, exames de reflexos neurológicos e motores, e um último, “que constatou a ausência de fluxo sanguíneo pelas artérias cerebrais”, explicou Nepomoceno. “Juntos, realizados em períodos diferentes, e com o mesmo diagnóstico eles confirmam a morte cerebral”.

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