terça-feira, 21 de outubro de 2008

'Crise financeira vai ajudar a eleger Obama', diz Lula

Para presidente, vitória de Obama seria um dos benefícios da crise.Lula disse ainda que 'não vai faltar um real em nenhuma obra do PAC'.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (20), em São Paulo, que a crise financeira internacional vai ajudar a eleger o candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Barack Obama.

saiba mais
Lula acredita na retomada das negociações da Rodada de Doha
Lula anuncia reunião sobre crise e diz que Brasil 'não vai quebrar'

“Essa crise, entre os benefícios que ela vai causar, ela vai eleger o Obama presidente dos EUA, eleger um negro. O que não é pouca coisa”, disse Lula, durante discurso em uma casa noturna no bairro de Pinheiros, onde participa da entrega de premiação às empresas mais admiradas no Brasil em 2008, em evento promovido pela revista “Carta Capital”.

Segundo o presidente, "do ponto de vista simbólico, esse mundo eleger um torneiro mecânico pela segunda vez no Brasil, eleger um índio na Bolívia e um bispo no Paraguai, é demais".Lula agradeceu ainda ao presidente da Vale, Roger Agnelli, por ter dado declarações de que manterá investimentos planejados pela empresa para o Brasil.

O presidente brasileiro garantiu também que o governo manterá as verbas para a infra-estrutura. “Não vai faltar um real em nenhuma obra do PAC [Programa de Aceleração de Crescimento] neste país."

Lula falou de improviso para uma platéia que reuniu os maiores empresários do país. Ele afirmou que o socorro financeiro adotado pelos governos dos Estados Unidos e da Europa deverão surtir efeito "logo, logo."

De acordo com o presidente, "não é possível que o depois de alguém disponibilizar R$ 3 bilhões para o sistema financeiro internacional, isso não surta algum efeito." Para Lula, o Brasil tem condições de vencer a crise, porque reúne três características favoráveis: "Nosso sistema é mais sério do que o sistema financeiro internacional; temos um sistema financeiro, em sua parte pública, que poucos países têm; e o nosso mercado interno tem espaço para crescer."

Lula afirmou que o governo brasileiro acompanha atentamente os movimentos da economia internacional e até brincou com a calvície de seus principais auxiliares.

"Nunca fiz tantas reuniões como nos últimos trinta dias. O Guido Mantega (ministro da Fazenda) está perdendo os cabelos. O Meirelles (presidente do Banco Central) está criando novos cabelos", afirmou. Lula afirmou que caberá ao Brasil e a outros países em desenvolvimento a tarefa de recuperar a economia mundial. "São exatamente os países emergentes que vão dar solução para a crise internacional', afirmou. O presidente disse que vai terntar convencer as empresas aéreas brasileiras a fazer vôos para países da África.

Os governadores da Bahia, Jacques Wagner (PT), de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e do Paraná, Roberto Requião (PMDB), e do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), participaram do evento.

0 Comentar: