segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

"O bom líder é generoso", diz Welch

Para o lendário CEO da GE, executivos têm que se preocupar com seus funcionários e saber recompensá-los
Por Elisa Campos

Jack Welch quer ser lembrado como o homem que construiu e trabalhou anos a fio com uma das melhores equipes já montadas na história do mundo corporativo.
Aos 74 anos, não é exagero dizer que o lendário CEO da GE conseguiu o feito. Durante os 20 anos em que o executivo americano dirigiu a General Eletric (1981-2001), ela viu seu valor de mercado passar de US$ 13 bilhões para US$ 400 bilhões. Hoje, Welch é autor de best-sellers e seu nome é presença constante nas escolas de negócios no globo todo.
Construir equipes talentosas como a que Welch dirigiu é um dos principais desafios empresariais. Com a serenidade de quem acumula décadas de experiência, ele indica um dos principais fatores para a formação de bons times. “Um líder precisa ser generoso. Ele tem que se preocupar com seus funcionários e com suas famílias.
Ele não pode ser mão de vaca. Um bom líder deve adorar dar promoções e aumentos de salário”, disse Welch, em videoconferência concedida nesta segunda-feira (30/11), na ExpoManagement 2009, evento promovido pela HSM, em São Paulo. “Se você não tem prazer em dar aumento aos seus funcionários, que tipo de profissional é você? Você provavelmente deve estar infeliz consigo mesmo. Depois de cinco anos como CEO da GE, eu já tinha conseguido tudo o que queria.
Foi muito bom ver os funcionários crescerem, melhorarem e conquistarem seus objetivos”, completou. Para o americano, os bons profissionais não querem mais trabalhar em empresas que não se importem com eles e que não levem em conta critérios de meritocracia. Esse cenário só aumenta a importância do setor de RH das companhias, injustamente desmerecido, segundo Welch.

“Se você fosse montar um time de futebol, a quem daria mais importância: ao contador ou a quem seleciona os atletas? Houve uma inversão de valores nas empresas. É terrível que os diretores financeiros tenham se tornado mais importantes do que os de RH”, defende.
“É esse setor que cria as políticas de avaliação e desenvolvimento. E é muito importante ter precisão na avaliação dos funcionários. Não é possível desenvolver uma companhia sem um bom RH”. Outro ponto essencial, segundo o americano, é conseguir fazer com que os profissionais tenham paixão pelo que fazem, “que fiquem felizes ao saber que no dia seguinte voltarão ao trabalho” e “tenham orgulho do que fazem”. Neste quesito, Welch não tem meio termo.
“Uma pessoa sem paixão é ruim como amante e ruim na empresa”. É importante também que os funcionários saibam o que o chefe pensa deles e por que ele pensa dessa forma. “Os profissionais precisam saber o que se pensa deles. Isso não pode ser escondido”, fala Welch. Sinceridade, política de metas e recompensas, tratamento humano e transparência. Esta é a receita de Jack Welch. Funciona? Para GE, definitivamente, funcionou.

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