terça-feira, 28 de julho de 2009

Goianos estão superendividados

Procon-GO mostra que consumidor abusa do limite do cheque especial e utiliza crédito rotativo do cartão

O consumidor goiano está superendividado, abusa do limite do cheque especial e do crédito rotativo do cartão de crédito, não entende seu extrato bancário e não se preocupa com os juros altos cobrados no mercado ao fazer suas compras parceladas. A constatação é de uma pesquisa realizada pela Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor (Procon-GO) com as pessoas que procuraram o órgão para fazer recálculos de suas dívidas, no período entre 9 e 23 de julho último.

Apenas no mês passado, 933 pessoas, de um total de 3. 327 no acumulado do primeiro semestre, procuram o Procon-GO para refazer cálculos de suas dívidas, sob a alegação de que as prestações estão pesando no bolso. O levantamento mostra que 74% dos consumidores goianos possuem cartão de crédito e a maioria deles (53%) utiliza o crédito rotativo para efetuar o pagamento da fatura, enquanto 58% utilizam o limite do cheque especial como complemento dos seus rendimentos mensais.

“Isso é extramamente preocupante. Quem utiliza o crédito rotativo do cartão de crédito ou usa o limite do cheque especial para pagar suas contas, por três meses seguidos, entra numa roda de endividamento que não consegue sair mais”, alerta a superintendente do Procon-GO, Letícia Franco de Araújo.

Nos próximos meses, será instalado no Procon-GO um núcleo de renegociação de dívidas para atender os consumidores e comerciantes.

PrestaçãoOutro ponto que chamou a atenção foi o fato de que a maior parte dos consumidores goianos se preocupa apenas se o valor da prestação cabe no orçamento e não com as taxas de juros cobradas no mercado. Daí quando há uma despesa extra no orçamento, como doença, morte ou perda de emprego, a pessoa não consegue manter suas contas em dia e fica endividada.
O mototaxista Anésio Souza esteve ontem no Procon pedindo ajuda para recalcular o valor da prestação de uma dívida, entre outras duas que possui. Ele confessa que, ao fazer a compra, considerou apenas se o valor da prestação caberia no seu bolso. “Agora percebo o quanto estou pagando de juros e como a minha renda de R$ 1.800,00 já não é suficiente para pagar os mais de R$ 500,00 de prestações e ainda bancar as outras despesas domésticas, como aluguel, contas de água, luz, telefone, remédios e ainda alimentação”, relata.

Já a dona de casa Maria de Fátima Alves da Silva fez um financiamento bancário, no valor de R$ 2 mil, em 24 meses, para pagar outras dívidas no comércio.

Agora, ela está assustada com os juros cobrados, pois o valor a pagar chega a R$ 5 mil. “Quero pagar o que devo, mas não aceito esses juros exorbitantes, pois isso está inviabilizando nosso orçamento doméstico”, reclama a dona de casa.

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