Discurso emocionado da filha de Michael Jackson encerra funeral em Los Angeles
Los Angeles, EUA - Com 20 mil pessoas na plateia e transmissão para o mundo inteiro, fãs, amigos e parentes de Michael Jackson se despediram do músico na manhã de ontem (horário local), num estádio em Los Angeles. A cerimônia pública foi estruturada como um típico funeral de família negra norte-americana, mas realizada com estrutura de megashow. As pouco mais de duas horas - nas quais se revezaram no palco do Staples Center músicos, líderes religiosos, amigos e membros da família - foram encerradas com as palavras da filha de Jackson, Paris Michael Katherine, de 11 anos, um dos poucos aspectos de sua vida que ele fazia questão de manter longe do público.
“Só queria dizer que eu te amo... tanto”, disse ela, mexendo no cabelo. Nas primeiras fileiras da plateia, formada por celebridades como o ex-campeão de boxe Mike Tyson e a atriz Brooke Shields, o silêncio era quebrado por uma onda de choros soluçados que parecia ecoar pelas arquibancadas cobertas de panos pretos. Foi o momento mais emocionante de um “showneral” que começou com Mariah Carey e Trey Lorenz cantando I’ll Be There, um dos primeiros sucessos do grupo Jackson Five, do final dos anos 1960, e terminou com todos no palco entoando We Are the World e Heal the World, duas canções de tons messiânicos que marcaram as maiores iniciativas beneficentes do músico.
Entre o palco e a plateia, iluminado por um canhão de luz, estava o caixão que trazia o corpo do cantor, morto aos 50 anos no dia 25 em circunstâncias não esclarecidas. Tinha sobre ele uma coroa de flores e, segundo a imprensa local, era banhado a ouro de 14 quilates. O caixão ficou a dois passos de onde os três filhos, os oito irmãos e os pais de Jackson estavam sentados, na primeira fileira. Parte dos irmãos usava gravata amarelo-ouro, como o caixão, e uma luva branca na mão direita, que foi uma das características visuais do artista. Todos usavam óculos escuros.
Transmissão Em 88 cinemas espalhados pelo país, a cerimônia era transmitida ao vivo. Na Time Square, de Nova York, os passantes acompanhavam pelos telões. Nas principais TVs abertas e fechadas norte-americanas, a programação normal havia sido interrompida e âncoras relatavam o que se desenrolava no palco. No mundo inteiro, os organizadores do evento estimavam em cerca de 1 bilhão de pessoas o potencial de espectadores.
Até a noite de ontem, não estava claro o destino do corpo de Jackson, retirado tão logo a cerimônia se encerrou. Sabia-se que antes do evento público houve um funeral privado, no cemitério de Forest Lawn, em Hollywood
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