quinta-feira, 23 de julho de 2009

De janeiro a junho deste ano, Estado registrou quase 30 cheques devolvidos por mil compensados, segundo dados da Serasa

De janeiro a junho dNegritoeste ano, Estado registrou quase 30 cheques devolvidos por mil compensados, segundo dados da Serasa


Sônia Ferreira
O número de cheques devolvidos cresceu 15,73% em Goiás, praticamente o mesmo porcentual da média nacional (15%), no primeiro semestre deste ano, na comparação com igual período do ano passado, embora a quantidade de cheques compensados tenha diminuído 10,66%. De janeiro a junho, foram registradas 29,3 devoluções de cheques em cada mil compensados no Estado, enquanto no primeiro semestre de 2008 esse número foi de 22,6, de acordo com dados divulgados ontem pela Serasa Experian.

De acordo com o assessor econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida, esse fato ocorrido em Goiás é o retrato do Brasil e deve-se a conjunturas econômicas diferentes entre os períodos analisados: 2009 com crise e 2008 com a economia em pleno crescimento.

A elevação da inadimplência de cheques também é em função dos ajustes relativos à crise, ao maior endividamento de parte da população e maior utilização do pré-datado, no período mais crítico da crise, no início do ano, por conta do crédito escasso.

O técnico da Serasa prevê queda da inadimplência de cheques nesse segundo semestre, como ocorre todos os anos. “A economia já mostra sinais de crescimento e isso estimula a geração de empregos e , circulação de riquezas, o que, automaticamente, favorece a quitação de contas”, afirma Carlos Henrique.

Campeão
Em Goiás, foram devolvidos 653,2 mil cheques e compensados 22,323 milhões. Entre os segmentos do comércio, o campeão em recebimento de cheques sem fundos é dos postos de combustíveis, segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindiposto), Luiz Pucci.

“Os valores dos cheques sempre são baixos, e as pessoas não gostam de ficar esperando a gente checar o cadastro delas nas empresas de proteção ao crédito, como SPC e Serasa. Por isso, nem sempre a confirmação dos dados é feita de forma rigorosa, elevando o risco do calote do cheque sem fundos”, lamenta.

O diretor da rede de postos Z+Z, Márcio Andrade, disse que prefere perder vendas do que receber qualquer cheque. Além disso, só recebe cheques daqueles clientes cadastrados antecipamente. “Mesmo assim, ainda tenho recebido muitos cheques sem fundos. “

Substituição Para tentar fugir dos calotes dos cheques sem fundos, os comerciantes goianos têm incentivado seus clientes a pagarem suas compras em dinheiro ou com cartões de débito ou de crédito.

O gerente de Crédito e Cobranças do grupo Rival Calçados, Paulo Henrique Salves Moreira, conta que a loja tem concedido descontos de até 10% para aquelas pessoas que se dispõem a pagar com dinheiro em espécie ou cartão de crédito, apesar da taxa de administração de quase 5% cobrada pelas administradoras de cartão. “O risco de não ter o cheque compensado é muito grande”, lembra Paulo.

O advogado especialista em direito do consumidor, Ezequiel Morais, da Clarito, Ezequiel e Bernardino Advogados, lembra que aquelas pessoas que deixam de honrar seus compromissos financeiros, inclusive emitindo cheques sem fundos, poderão ter seu nome inscritos nos órgãos de restrição ao crédito e, em alguns casos, serão réus em ações judiciais.

Em junhoO Indicador Serasa Experian apontou, em junho, na comparação com igual mês do ano passado, estabilidade (0,84%) no número de cheques devolvidos. Foram devolvidos 96.645 cheques para um total de 3,846 milhões de documentos compensados.

Isso significa que, de cada mil cheques compensados em junho, 29,3 foram devolvidos. Esse número é bem superior ao da média nacional: 23 cheques para cada mil compensados. Apesar do número ser elevado, Goiás está entre os dez com a menor inadimplência de cheques no País.

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