quinta-feira, 30 de julho de 2009

Afinal, que mundo é este?

Há poucas semanas, quando se festejava o 40º aniversário da chegada de seres humanos à Lua, a internet foi invadida por textos e vídeos que defendiam a tese de que aquele acontecimento na verdade foi uma fraude: a televisão, na época, teria exibido não imagens provenientes da Lua, e sim de filmes aqui produzidos pela Nasa, empenhada, na época, em demonstrar que passara à frente dos soviéticos na corrida espacial. Um dos argumentos centrais da tese da fraude é o da exibição – agora, na TV – não de imagens feitas na época pelas câmeras da Nasa levadas pelos cosmonautas à Lua, mas apenas imagens de filmes e fitas gravadas pelas emissoras de TV aqui na Terra. A alegação da Nasa foi a de que as imagens originais se apagaram com o tempo. Intrigante. Mas, tudo é possível: como diz o colunista José Simão (Folha de S. Paulo, 22/7), “faz 40 anos que o homem andou na Lua e a gente não consegue andar no trânsito”.

Washington Novaes
Seja o que for que se pense, ainda está muito nítida na memória deste escriba a emoção de ver aquelas imagens num aparelho de TV na redação do jornal Última Hora do Rio de Janeiro (à época ainda de Samuel Wainer), do qual era chefe da redação. Também continua forte na memória a manchete que redigiu para a edição do dia seguinte: O homem está na Lua. A Terra está em festa. Para a edição vespertina, o editor João Ribeiro escreveu nova manchete, baseada em imagens posteriores: Pularam e dançaram nas crateras da Lua. Imagens e emoções tão fortes levam a um impulso de não acreditar na tese atual da falsidade. Mas...

De certa forma, é espantoso como continuamos a saber pouco do universo em que estamos inseridos, quatro décadas depois desse episódio e de numerosas viagens espaciais. Nos mesmos dias da comemoração dos 40 anos, noticiava-se que um astrônomo amador australiano descobrira, em observações que fizera do Planeta Júpiter, imagens que aparentavam ser produto do impacto de um asteróide ou cometa naquele planeta. Ninguém as vira antes. A Nasa confirmou que era a primeira vez que se observavam aquelas imagens, que tinham a dimensão do Planeta Terra. Imagine-se o impacto do choque com o planeta.

Uns 20 dias antes, a sonda Phoenix mostrara que há neve de madrugada em Marte: cristais de gelo caem das nuvens em um dos pólos, mas evaporam-se antes de tocar o solo; forma-se uma neblina espessa, que produz geada; esta gera vapor ao amanhecer, que devolve a água à atmosfera; à noite, formam-se de novo os cristais. Um cientista brasileiro, Nilton Rennó, está entre os que estudam o fenômeno na Nasa.

Para aumentar os mistérios que nos desafiam, os observatórios continuam a reunir imagens de planetas extrassolares – cerca de 300 já foram observados. E como cada galáxia pode abranger bilhões de estrelas e cada uma destas pode ter muitos planetas em suas proximidades, cientistas começam a falar na existência de um trilhão de planetas. Cáspite! Até já se alterou o número de anos atribuído à origem do nosso universo: não mais 3,8 bilhões de anos, e sim 4,2 bilhões.

Mas não é só. Alguns centros de estudos, entre eles o Goddard Space Flight Center, nos EUA, trabalham com a possibilidade de haver outros universos ou corpos. Porque as galáxias conhecidas movem-se à velocidade de até mil quilômetros por segundo, ao que parece em direção a um ponto entre as constelações de Centaurus e Velo. Haveria algo mais além do horizonte cósmico? Se houver, onde ficam as teorias atuais sobre a origem da Terra? Teria havido uma colisão, logo após o Big Bang, entre o que conhecemos hoje como universo com outra “bolha” (New Scientist, 24/1/9)? Os objetos mais distantes que conhecemos estão a 45 bilhões de anos-luz.

Esse é um campo do conhecimento cada vez mais surpreendente. A tal ponto que agora empresas norte-americanas, associadas à Nasa, vão lançar ao espaço estufas em que serão plantadas flores e alimentos – na esperança de conseguir fazê-lo na Lua também. Na expectativa de alimentar alguém que chegue lá ou com a esperança de desbravar novos caminhos para a conservação, dadas as crises terrenas atuais? Sabe-se lá. Afinal, hoje temos até cientistas afirmando que estamos às vésperas de uma troca de posições entre os pólos da Terra, que teria profundas implicações em nossas vidas. Isso aconteceria cada 500 milhões de anos e já estaríamos atrasados, pois a última troca aconteceu há 500 milhões de anos.

Tudo pode ser. A julgar por um dos últimos números da revista Isto É, que divulga arquivos secretos da Aeronáutica das décadas de 1950 a 1970, são muitos os casos de óvnis (objetos voadores não identificados) documentados no Brasil, tal como aconteceu nos Estados Unidos, de acordo com documentos lá divulgados, também de décadas atrás. Com a velocidade da informação nos tempos atuais, talvez qualquer hora se abram revelações estarrecedoras. É preciso estar atento e forte, já disseram os artistas.

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