quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Lei seca faz goianiense mudar hábitos de consumo de cerveja

Venda da bebida sofre queda de 20%. Muita gente agora bebe em casa ou compra cerveja sem álcool


Comprar cerveja em distribuidoras e supermercados para beber em casa, consumir mais cerveja sem álcool, ter sempre um motorista sóbrio à disposição para voltar para casa ou usar mais os serviços de táxi e mototáxi. Essas são algumas mudanças de hábitos adotadas pelo consumidor goianiense de cerveja para poder continuar bebendo com tranqüilidade, depois da adoção da lei seca, em 20 de junho deste ano. O goianiense consome mensalmente cerca de 700 mil caixas de cerveja, o equivalente a 10,1 milhões de litros.

Nos primeiros dias de vigência da lei e com a intensa divulgação das penalidades pelos meios de comunicação, as vendas de cerveja nos bares de Goiânia caíram 40% em média. Hoje, essa queda está em cerca de 20%, porque as pessoas mudaram seus hábitos para poder continuar bebendo.
Para o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Goiás (Abrasel), Newton Emerson Pereira, foi o efeito psicológico que afetou as vendas e até provocou demissões. De acordo com ele, a situação começou a ser revertida com a mudança de hábitos.

Táxi“Hoje, muita gente usa o táxi ou mototáxi para ir ao bar”, afirma Newton Pereira, que também é proprietário do Cateretê Restaurante. A entidade aguarda o julgamento de uma ação de inconstitucionalidade da lei seca pelo Supremo Tribunal Federal.

As vendas na Choperia Pingüim caíram quase 50% com a Lei Seca. Segundo o gerente Antônio Martins Ferreira, clientes que costumavam beber muito, hoje consomem bem menos. Para o proprietário do Celson e Cia Bar e Restaurante, Fernando Machado, os bares menores, com poucas opções de petiscos e comidas, que vendiam mais cerveja, foram os mais afetados com a queda no faturamento. Segundo ele, esses estabelecimentos passaram a vender entre 20% e 30% menos. “No nosso caso, a queda chegou a 10%, mas agora já voltou ao normal”, conta. Antes, lembra Fernando Machado, o bar era mais freqüentado por grupos de homens.

QuedaNa Officina Grill Cervejaria, o primeiro impacto da lei leca foi uma queda de 30% nas vendas dos primeiros dias. Para reverter a situação, o sócio-proprietário Rodrigo Magalhães Vieira conta que a cervejaria fez uma parceria com uma empresa terceirizada que oferece serviços de motorista e motoboy. O cliente que consome mais de R$ 100 paga metade do preço do serviço. Além disso, muita gente vai de táxi para o bar.

Para poder beber tranqüilo quando sai de casa, o funcionário público Alexandre Figueiredo está usando mais os serviços de táxi ou levando a esposa, que não bebe. “Com a lei, as pessoas passaram a beber menos e aumentou a segurança. Mas tenho medo que a lei não pegue por falta de fiscalização”, alerta. O operador de estúdio Gúbio Roberto Alves Espíndola admite que, antes da lei leca, já chegou a dirigir depois de beber.

Hoje, prefere comprar a cerveja para consumir em casa quando tem companhia ou beber perto de casa para não precisar dirigir. A Skol até lançou uma campanha para incentivar os consumidores a eleger o “motorista da rodada.

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