segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Brasileiros estão se endividando mais no cartão de crédito

Renegociar prazos é melhor forma de sair do vermelho.Dívida com cartão de crédito quase dobra em cinco meses, mostra simulação.


As dívidas com cartões de crédito atingiram 32% nos seis primeiros meses desse ano, segundo o ranking de inadimplência da Serasa. Só perderam para as dívidas contraídas e não-pagas com os bancos, que somam 43%.

Uma simulação feita pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) mostra que uma dívida com cartão de crédito chega quase a dobrar em cinco meses. O instituto calculou o quanto cada pessoa gastaria se apenas pagasse o valor mínimo do cartão durante cinco meses. Em uma dívida de R$ 100, o valor final será de R$ 187. Em uma dívida de R$ 500, o valor sobe para R$ 936. Quem deve R$ 1.000 terá que pagar no final R$ 1.872.

“É quase 100% acima daquilo que ela comprou e gastou efetivamente. Juros de cartão de crédito e de cheque especial são os piores que existem na economia”, acrescenta o gerente do Idec, Marcos Diegues.

Para a entidade, os valores poderiam ser menores se as administradoras de cartão não abusassem nas cobranças. “Se eu contrato uma operação de financiamento para quitar esse restante de valor que eu não tenho, não há que se falar em atraso. E cobram de você uma multa e os juros de mora, como se você tivesse descumprido uma obrigação”, diz Diegues.

Para quem tem dívidas em atraso, a melhor saída é renegociar prazos. “Eu aconselho o individuo a negociar, colocar sua real capacidade de pagamento e alongar o prazo. Ao alongar o prazo, ele vai pagar a prestação menor”, orienta o economista José Nicolau Pompeu.

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Habitação
Fabiano e Ana Paula quase perderam o apartamento. Os juros fizeram as parcelas subir mais do que o casal imaginava. “Meu esposo ficou desempregado. Eu estava com criança nova e aí não conseguimos mais manter a prestação em dia”, conta a professora Ana Paula Araújo Silva.
Pelo correio, chegou uma carta de aviso: o apartamento seria leiloado. Fabiano e Ana Paula procuraram orientação em uma associação de mutuários. Conseguiram reduzir o valor das prestações e não perderam o apartamento.
“A gente viu que pode confiar e procurar nossos direitos, que tudo é nosso”, comemora a professora Ana Paula Araújo Silva.
Quase 16% dos mutuários do Sistema Brasileiro de Habitação têm mais de três prestações em atraso, o que pode levar o imóvel a ser leiloado. A principal dica dos economistas é renegociar a dívida.
Se não houver acordo, a solução pode ser a Justiça. Mas antes é bom buscar a orientação de um órgão de defesa do consumidor.

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