quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Os efeitos da palavra crise


Nunca uma crise econômica mundial afetou tão pouco a economia brasileira e, também, nunca uma crise foi tão comentada e dissecada pela imprensa e por especialistas de negócios. Não há nesses dois fenômenos uma contradição, mas sim duas realidades novas: os 15 anos de estabilidade monetária deram musculatura para a economia brasileira e o mercado interno foi a alavanca que manteve o País firme durante a turbulência.

Rivas Rezende
Se antes nossa economia sucumbia ao primeiro sinal de chuva, desta vez a tempestade mais assustou do que devastou. Exceção feita às empresas que dependiam totalmente do comércio exterior ou muito alavancadas no crédito bancário, as demais empresas assistiram à crise pela televisão.

Após o susto e a cautela iniciais, com a lembrança do desastre que é uma crise, o empresário tem voltado a investir. A grande diferença é que, durante a quarentena da crise, teve tempo suficiente para ajustes em seus modelos de gestão. A tendência é de que a retomada do pós-crise seja muito forte no Brasil, o que, se conduzido de uma forma competente pelo governo e pelas empresas, vai dar novo fôlego a nossa economia na competitiva guerra empresarial que ocorre hoje com a integração do economia mundial.

Neste momento em que todos estão ressaltando a retomada da economia, destaca-se o papel do setor público. Entre as ações do governo federal, destacam-se a ampliação do prazo para pagamento de impostos e contribuições e a desoneração de alguns setores da indústria, com efeito forte no comércio. Para o governo goiano, foi providencial e importante a reforma administrativa ter ocorrido antes da crise, o que fez com que o déficit mensal do Estado fosse minimizado, o que reduziu o impacto da crise nas contas públicas goianas.

A economia goiana hoje tem estrutura para suportar pequenas e grandes crises. Assim como nesta turbulência na economia internacional, foi com a crise do agronegócio, há três anos, quando a indústria e comércio seguraram o crescimento dos negócios. O setor produtivo goiano evoluiu e, quando um setor tem resultados negativos, os demais conseguem manter o crescimento da economia. É um sinal real de amadurecimento, o que amplia a confiança no desenvolvimento continuado do Estado.

A palavra crise tem um histórico muito amargo no Brasil. No entanto, desta vez, a crise econômica mundial não passou de um alerta, sem grande efeito para a maioria das empresas. Para muitos empresários, foi um período para trabalhar dobrado e com maior concentração no negócio. Felizmente, a cultura do trabalho tem vencido a cultura da lamentação. Até neste aspecto, esta crise foi diferente.

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