quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Demanda por crédito tem 1ª alta anual de 2009

Em julho, a busca por crédito ficou 3,5% maior do que no mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados ontem pela Serasa Experian

São Paulo - Pela primeira vez no ano, a demanda dos consumidores por crédito superou o nível registrado em um mesmo mês de 2008. A informação é da Serasa Experian, que apurou em julho que a procura de pessoas físicas por empréstimos, financiamentos, crediário e compras por cartão de crédito foi 3,5% maior que a verificada em julho de 2008, mês em que a crise financeira internacional ainda não havia impactado a economia brasileira.

Na comparação com junho, a demanda por crédito também subiu 3,5%. Foi o quinto mês consecutivo de crescimento nessa base de comparação. De janeiro a julho, a procura do consumidor por crédito ainda acumula queda (-5,3%) em relação ao mesmo período de 2008. “Já vínhamos observando uma retomada do crédito desde abril, mas os resultados de julho foram muito animadores. O fantasma do desemprego está perdendo força com a recuperação da atividade econômica”, afirmou o gerente de indicadores da Serasa Experian, Luiz Rabi.

Se for mantido o ritmo de recuperação verificado nos últimos meses, de 3% a 3,5% ao mês, a Serasa Experian prevê que a busca por crédito deve encerrar o ano com uma variação positiva entre zero e 5% ante o ano passado. “Acredito que, com essa velocidade de retomada, a demanda por crédito deve ficar mais próxima de 5% do que de zero”, afirmou Rabi.

TendênciaDe acordo com o executivo, essa tendência de aumento da busca por crédito deve se manter ao longo do segundo semestre do ano por duas razões. A primeira é a diminuição da taxa básica de juros, hoje em 8,75% ao ano. Em julho do ano passado, a Selic estava em 13% ao ano, e de setembro a dezembro, permaneceu em 13,75% ao ano.

A segunda é o aumento da confiança do consumidor na economia, que começou a ser observado em março deste ano. “Os efeitos da redução da Selic ainda não foram totalmente percebidos na economia”, afirmou.

Segundo Rabi, a oferta de crédito pelo sistema financeiro, ao menos para pessoas físicas, já está voltando aos níveis pré-crise, com prazos maiores e taxas e spreads mais baixos.

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