segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Orçamento da casa desafia famílias

Goianienses procuram o curso de finanças pessoais para controlar os gastos e aprender a investir


A secretária Elizeny Pereira confessa: era muito consumista, gastava mais do que o aceitável e depois era obrigada a conviver com um monte de compras a pagar e com o descontrole financeiro.
Para mudar de atitude, ela procurou um curso de finanças pessoais. Diz que mudou de comportamento.
Agora Elizeny anota todas as despesas e procura controlar o ímpeto consumista. Resultado: está sobrando um pouco de dinheiro todo o mês, cujo destino é a aplicação financeira. Os brasileiros, e os goianos não fogem à regra, não têm a cultura de controlar suas finanças pessoais.
Ultimamente, com o aumento da oferta de crédito e as facilidades de prestações a perder de vista, muitas pessoas não pensam duas vezes antes de adquirir o tão desejado carro zero-quilômetro (mesmo que seja em 60 parcelas) ou outros itens que representam sonho de consumo.
O pesadelo só se revela quando ocorre algum imprevisto – uma doença, a perda do emprego ou outra despesa não-programada – e o orçamento fica apertado. Por isso, o grande risco é que o Brasil se torne um País de endividados.
A sócia-proprietária da Destak Consultoria Empresarial, Lucilene Correia de Macedo, conta que durante treinamentos realizados em empresas goianas constatou que um dos principais motivos de insatisfação dos funcionários era com relação ao salário.
Até mesmo aqueles trabalhadores que tinham acabado de receber uma promoção e passaram a ganhar mais no fim do mês reclamavam da remuneração. “Percebemos que o problema nem sempre está no valor do salário, mas na forma com que as pessoas utilizam o dinheiro”, afirma.
O brasileiro, de modo geral, não recebe uma educação financeira adequada, não tem o hábito de poupar e está despreparado para enfrentar gastos inesperados, avalia Lucilene Correia. Por outro lado, existe um apelo comercial muito grande que estimula o consumo e o endividamento.
Com esse diagnóstico, a Destak passou a ministrar cursos de finanças pessoais abertos ao público, e ainda uma modalidade fechada para empresas. São seus clientes uma rede goiana de supermercados, lojas de auto-peças e associações.
O objetivo, diz a consultora, é ensinar às pessoas como administrar seus recursos financeiros, ter domínio de seus gastos, priorizar para poder realizar sonhos e se preparar para o futuro.
A contadora Emilene Lucena diz que pela sua própria formação sempre se preocupou em controlar seu orçamento pessoal. Mesmo assim, preferiu freqüentar o curso de finanças pessoais. Dessa forma, garante, é possível adquirir maior consciência e aprender a não sucumbir facilmente ao “canto da sereia” dos apelos consumistas.
Segundo a contadora, o professor ensinou que é preciso aprender a poupar na juventude para garantir uma aposentadoria tranqüila. “É preciso pensar no futuro, saber lidar da forma adequada com o dinheiro”, diz.

0 Comentar: