sábado, 9 de agosto de 2008

Impecável, abertura tem tradição e tecnologia

Em 4 horas de espetáculo, chineses impressionam o mundo. Festa exalta período imperial e ignora guerras e revolução comunista


Pequim – Depois de sete anos de preparação, a China deu início oficial aos Jogos Olímpicos de Pequim, no Estádio Ninho do Pássaro, numa cerimônia de abertura que misturou superstição, segurança e tecnologia com a cultura do país, em quatro horas de apresentação. E, se havia alguma dúvida sobre a imagem que a China quer transmitir ao mundo, ela foi dissipada com o impecável espetáculo, dedicado a exaltar a grandiosidade do antigo Império do Meio e o renascimento do país nos dias de hoje.
Os últimos dois séculos de humilhação, invasão por potências estrangeiras, colonização, desagregação interna, guerra civil e revolução comunista não foram convidados para a festa. As grandes invenções do Império do Meio, o confucionismo, as dinastias gloriosas, as tradições culturais e as antigas rotas comerciais deram o tom da 1ª parte, chamada de Civilização Brilhante. O presente foi batizado de Era Gloriosa e apresentado de maneira mais abstrata. Não havia personagens ou fatos históricos.
O público participou do espetáculo acenando bastões de luzes. A narrativa foi feita por um imenso pergaminho, de 22 metros de largura e 147 metros de comprimento, que emergiu do centro do estádio depois da contagem regressiva, realizada com perfeita sincronia por 2.008 atores ao som de um antigo instrumento chinês, o fou.
A 1ª etapa do show foi concluída e a narrativa deu um salto para os dias atuais, com a projeção de luzes sobre atores ao redor do pianista chinês Lang Lang, que tocava junto com a garota Li Muzi, de 5 anos. No fim, um enorme globo, com 18 metros de diâmetro, emergiu do centro do estádio. Em cima dele, Wo he ni (Eu e você), o hino oficial da competição, foi cantado pelo chinês Liu Huan, ídolo pop no país, e pela britânica Sarah Brightman. (Folhapress e AE)

0 Comentar: