quarta-feira, 2 de julho de 2008

Plano Real completa 14 anos com inflação acumulada de 227%, diz IBGE

Atuais vilões, alimentos subiram menos do que a inflação desde 1994. Com alta de 672%, telefone fixo e gás de cozinha foram campeões de reajuste.
O Plano Real completou 14 anos nesta terça-feira (1º). A moeda acabou com a hiperinflação que atormentou os brasileiros, principalmente nos anos 80. Mas os preços não ficaram parados no tempo: é o que mostra um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Veja o site do Jornal Nacional As viagens de ônibus interestaduais ficaram 6,4% mais caras hoje. A viagem de Belo Horizonte para São Paulo passou de R$ 69 para R$ 74. “Um aumento considerável, é muito grande”, diz o empresário Jadir Pascoal.É mais um reajuste para o bolso do consumidor, que de 1994 para cá viu as viagens de um estado para o outro ficarem 370% mais caras. E o ônibus do dia-a-dia aumentou mais ainda. O coletivo subiu 472%. “Eu acho doído”, diz a contabilista Maria José de Oliveira. Ambos os aumentos ficaram bem acima da inflação. Segundo o IBGE, ela foi de 227% de julho de 1994 a maio deste ano.

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Maiores altas
Mas as maiores altas no plano real o brasileiro sentiu no orçamento de casa. Nos últimos 14 anos, as contas que mais aumentaram foram do telefone fixo e do gás de cozinha. O preço do botijão de gás subiu 672%, o mesmo reajuste do telefone. Para a dona de casa Magali das Dores, o que mais assustou foi o preço do aluguel, que subiu 450%. Para economizar, uma das saídas da dona de casa é cozinhar no fogão a lenha. "Eu comprava um botijão por mês. Agora eu compro um botijão a cada três meses", diz ela.

Abaixo da média
O aumento de 227% da inflação nos últimos 14 anos, segundo o IBGE, é pequeno comparado com os índices registrados antes do Plano Real, quando esse percentual era atingido em apenas quatro meses.
“Tivemos confisco de dinheiro, tivemos congelamento, tivemos mudança de moeda, tivemos cortes de zero. E nenhum deles foi eficaz no combate à inflação. Eu entendo que depois de 14 anos o saldo é muito mais positivo do que negativo”, diz o economista Frederico Penido de Alvarenga.

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