domingo, 18 de abril de 2010

Sinal verde para a economia goiana

O Brasil possui hoje 192,7 milhões de habitantes, dos quais cerca de 92 milhões trabalham e recebem renda média de mil reais. Isso significa que circulam mensalmente R$ 92 bilhões destinados ao pagamento de contas e compras de mercadorias e serviços. É uma quantia de dinheiro de fazer inveja a muitos países e Estados brasileiros.

As previsões de crescimento para economia brasileira sinalizam que ela será puxada pelos investimentos e consumo das famílias. Os dados de atividade divulgados até agora apontam para um crescimento bastante forte, acima de 5% para este ano.

Há uma expectativa muito positiva para a economia para este e os próximos anos, com eleições gerais, investimentos em infraestrutura, Copa do Mundo, Olimpíadas e pré-sal. As empresas, percebendo essas oportunidades, estão ampliando desde já seus investimentos.

O componente mais dinâmico do PIB serão os investimentos, que causarão efeitos substanciais na criação de empregos. O Brasil precisa gerar mais de 1,5 milhão de empregos por ano, não apenas para absorver os jovens que estão chegando ao mercado de trabalho, mas principalmente os que já estão desempregados. Com esses investimentos, a previsão é de que a taxa de desemprego deverá ficar em 7,3% em 2010 e 7% em 2011, com tendência de queda para os próximos anos.

Por sinal, o mercado de trabalho brasileiro passa por um interessante paradoxo: existem empresas reclamando da falta de mão-de-obra qualificada, por um lado, e pessoas qualificadas procurando emprego, sem encontrar, por outro. É o verdadeiro samba do crioulo doido, como dizia o velho compositor Sérgio Porto, em uma belíssima música interpretada pelos Demônios da Garoa. Há um número exuberante de vagas abertas em empresas e setores, e pessoas com perfil que parece ser o procurado pelo mercado, mas que não conseguem o que buscam. São os desalentados.

Mesmo o Estado de Goiás estando fora da Copa do Mundo de 2014, vislumbra-se um dinamismo muito importante para sua economia. O término da Ferrovia Norte-Sul até Anápolis e sua ampliação até Estrela do Oeste, em São Paulo, vai consolidar a verdadeira integração de nosso Estado ao Brasil. O fim da duplicação da BR-153 até Itumbiara e a duplicação da BR-060 de Goiânia à divisa com o Mato Grosso vão dar um novo modal de transporte interessante de passageiros e de carga. Esses são elementos fundamentais que devem turbinar a produção de riqueza goiana.

Segundo dados do Sine (Goiás) e de algumas empresas de recrutamento de pessoas, o mesmo fenômeno percebido no Brasil ocorre em Goiás. Procuram por engenheiros especializados, pessoas para vagas nas áreas de tecnologia, serviços, construção civil e não encontram. Na situação inversa, vários profissionais de outras áreas procuram emprego e não acham.

Com a economia voltando à corda toda, uma boa oportunidade de arrumar emprego será para o trabalhador que melhor se qualificar. Por isso que se recomenda sempre uma educação continuada, que nunca se pare de estudar, de se atualizar.

Temos de jogar todas as fichas na recuperação da economia. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) está otimista em relação à recuperação econômica mundial e aposta que ela vai se dar em três velocidades. Potências emergentes, como China, Índia e Brasil, sairão na frente, seguidas por Estados Unidos e Japão. A União Europeia virá logo atrás em um ritmo mais lento. O importante é que a recuperação econômica se dê principalmente na área de emprego e garanta um crescimento sustentável.

Por fim, por falar em aposta, temos de botar fé na opção feita por Henrique Meirelles ao abandonar a vida política e ter ficado à frente do Banco Central. Cabeça de político e de presidente do Banco Central não combina. Precisamos de crescimento com baixa inflação. Meirelles tem experiência, passou por momentos difíceis, por turbulências internacionais. Em 2006, 2007 e 2008, o País cresceu e a inflação ficou sob controle. Esperamos ver este mesmo cenário em 2010.

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