domingo, 18 de abril de 2010

Quanto custa um filho até os 23 anos

Da gestação à formatura, família gasta até 40% da renda com filho. Despesas de um casal de classe média chegam a R$ 476 mil
Lídia Borges

Quem pensa em ter um filho deve incluir nos planos e no sonho da família um cálculo simples e determinante: poupar todo mês entre 25% e 40% da renda do casal. Esse é o custo médio calculado por especialistas que uma pessoa vai demandar dos pais desde a gestação até o fim da faculdade, por volta dos 23 anos.

Para dar conta de gastos com alimentação, vestuário, escola, saúde, transporte e despesas diversas, é preciso preparar o bolso: são cerca de R$ 476 mil até a formatura, baseado no rendimento de uma família de classe média, que ganhe em torno de R$ 4 mil mensais.


O grande diferencial para que o sonho de receber uma criança em casa não se transforme em pesadelo no orçamento doméstico é começar o projeto financeiro do filho antes mesmo de a mãe engravidar. O presidente do Instituto de Educação Financeira Disop, Reinaldo Domingos, determina como marco para o planejamento 18 meses antes do nascimento.


É o tempo que o casal precisa para identificar possíveis dívidas ou reservas e fazer as manobras necessárias para reordenar os gastos familiares. Antes de mais nada, é preciso fazer um diagnóstico das despesas. Reinaldo Domingos orienta o casal para que anote tudo o que está sendo gasto durante 30 dias, desde a padaria, supermercado, tarifas de água e energia, até as moedas do estacionamento e a pizza do final de semana. Com isso, é possível identificar onde estão os excessos e supérfluos que poderão ser cortados.

O segundo passo dos futuros pais é simular quanto será gasto com a criança: enxoval, equipamentos para o quarto, leite, fraldas, babá, escola, plano de saúde, entre outros. Só assim é possível traçar um plano de redução e reordenação de despesas para se adequar à nova realidade.

“O problema é que os pais só descobrem que eles não podem mais se preocupar apenas com o casal, mas com a vida de três pessoas, quando já estão apertados no orçamento”, afirma o coordenador do Centro de Pesquisas Econômicas e Mercadológicas (Cepem) das Faculdades Alfa, Aurélio Troncoso.


Para Reinaldo Domingos, ao se calcular o valor médio que um filho custará por mês, o ideal é que os futuros pais consigam juntar 50% a mais do total das novas despesas. “Essa reserva vai garantir os imprevistos que acontecem, como um problema de saúde, por exemplo.”

Se a família está endividada, é preciso uma mudança radical antes de decidir ter um filho, para que depois a situação não se transforme em um bola de neve. “Nesse caso, o diagnóstico das despesa é ainda mais essencial. E o casal deve ficar longe dos créditos e financiamentos”, afirma o presidente do Disop.

Segundo filhoSe os planos do casal são para o segundo filho, a conta fica diferente. De acordo com Aurélio Troncoso, a nova criança demanda mais 10% além do que a família já gasta com a primeira.


“Se o primeiro filho consome 25% do orçamento, com a chegada do segundo, os gastos com as crianças, no total, sobem para 35%”, contabiliza. O irmão mais novo demanda um pouco menos de despesas, já que aproveita muito do que o filho mais velho já usou, como roupas e material escolar, entre outros.

0 Comentar: