domingo, 1 de março de 2009

Tédio no casamento? Faça sexo

Dois livros relatam experiências de casais americanos que mantiveram relações sexuais por meses seguidos


Enquanto alguns casais marcam jantares à luz de velas, agendam viagens românticas, visitam sex shops e recorrem a terapias especializadas na tentativa de apimentar casamentos desgastados pela implacável dobradinha temporotina, dois casais americanos estão chamando a atenção pelo recurso que escolheram para resolver a questão.

Eles perceberam que, com o passar do tempo, a chegada dos filhos e a proliferação das contas a pagar, colocaram em segundo plano a vida sexual, que estava praticamente morta e enterrada. Optaram, então, por um caminho aparentemente óbvio, mas que está longe de ser uma arma corriqueira na vida de casais entediados: fazer mais sexo para se aproximar de novo. Melhor, se propuseram a encarar uma verdadeira maratona na cama.

A relações-públicas Charla, por exemplo, resolveu presentear o marido, o editor Brad, que completava 40 anos, com um ano inteiro de sexo diário. Até então, os momentos românticos do casal se restringiam a raras vezes no mês. A analista de mídia Annie desafiou o marido, Douglas, a manter relações por 100 noites consecutivas depois de saber da existência de um clube na Dinamarca formado por homens casados que não faziam sexo havia mais de 100 dias.

O pacto durou 101 noites - a extra foi para dar sorte. As experiências viraram livros. 365 noites: resgatando o sexo no casamento, escrito por Charla Muller, chega às livrarias do Brasil na segunda quinzena de março. E, Simplesmente Faça - 101 dias consecutivos de sexo, do jornalista Douglas Brown, lançado no fim do ano passado no País, recentemente teve seus direitos autorais vendidos para a 20th Century Fox, que vai adaptá-lo para uma comédia romântica.

Nos dois casos, a iniciativa partiu das mulheres, que receberam entusiasmo incondicional de seus respectivos. "Quando contei às minhas amigas do meu plano, elas me perguntaram se eu andava bebendo. Uma delas implorou para eu não deixar o marido dela saber", conta Charla. "Foi o melhor presente da minha vida porque transformou o meu casamento", diz Brad. De tão bem-sucedidos, os pactos renderam frutos para toda a família. Ao fazerem sexo com frequência, os casais resgataram a intimidade, dentro e fora da cama. Com isso, se tornaram mais carinhosos, conectados e cúmplices. "Tudo melhorou. Eu estou mais feliz, meu marido está mais feliz e nossos filhos também", diz Charla. "Fazer sexo todos os dias nos tornou muito mais fortes como casal, passamos a conversar mais, a nos importar mais", diz Douglas.

As maratonas tiveram data para começar e para acabar. E foram encaradas com seriedade pelos quatro participantes. Mesmo assim, não era obrigatório fazer sexo quando faltava o mínimo de entusiasmo ou quando um dos participantes apresentasse problemas físicos, como (verdadeiras) dores de cabeça, por exemplo. No caso de Charla e Brad, o casal relata que não fez sexo durante os 365 dias, mas que manteve uma média mensal de 27 noites. Annie e Douglas, por sua vez, não pularam nem um dia. Douglas, confessa, se sentiu exausto.

Na época, ela com 38 e ele com 40 anos, tinham carreiras para tocar e duas filhas pequenas para cuidar. Voltavam do trabalho, preparavam o jantar, lavavam os pratos, liam para as crianças e, depois disso, queriam apenas colocar seus pijamas e dormir o sono dos justos. "Descobrimos que, uma vez que tivéssemos humor para fazer sexo, o cansaço se dissipava assim que o desejo surgia", diz ele. O mais difícil foi quando Douglas deixou o hospital depois de passar mal do estômago. Em casa, ouviu da mulher que tinham que transar. "Eu não amarelei, mas foi uma rapidinha", conta. Com o fim do pacto, permaneceram um mês em abstinência. "Precisávamos descansar", conta o marido.

"Quando contei às minhas amigas do meu plano, elas me perguntaram se eu andava bebendo"

Charla Muller
Em tempo: os casais deixam claro que, tratando-se de sexo diário, quantidade pode ser inimiga da qualidade. "Às vezes era genial, às vezes nem tanto. Mas sempre valia o esforço", garante Charla. Para manter o pique, Annie e Douglas recorreram a alguns artifícios. "Visitamos sex shops e nos empenhamos em fazer pequenas surpresas, como esconder bilhetinhos picantes nas coisas do outro", diz Annie. Douglas, inclusive, descobriu o mundo encantado dos estimulantes desexuais, do natural ginseng ao Viagra.

O desempenho dos casais é louvável, especialmente se comparado a algumas pesquisas sobre frequência sexual. Segundo um levantamento realizado em 2007 por um fabricante de preservativos, com 26 mil pessoas de 26 países, os brasileiros transam em média 145 vezes ao ano. Um outro, da professora Carmita Abdo, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, é menos animador - mostra que as mulheres cariocas, por exemplo, preferem dormir a fazer sexo. Nesse caso, foram ouvidas 1.715 pessoas, com mais de 18 anos, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Apesar de ser uma alternativa para esquentar a relação, sexo não resolve crises de relacionamento. Charla e Brad e Annie e Douglas deixam claro que, na época que resolveram encarar a maratona, não enfrentavam nenhum problema conjugal além do tédio. "Não tomei essa decisão para consertar algo. Mas, ao mesmo tempo que meu casamento estava muito bem, sabia que podia melhorar no departamento da intimidade", diz Charla. A dica dos casais para resolver esse tipo de questão é: simplesmente comece a fazer. "Uma vez que você faz, quer mais. Você relembra quanto é bom", diz Douglas, a voz da experiência.

3 Comentar:

Anônimo disse...

Adoro fazer sexo. Se pudesse fazia a toda hora.

Anônimo disse...

Como obrigação, em maratona, deve ser horrível! Agora com vontade, com afinidade e liberdade, duas vezes por semana vale por uma maratona anual. Tenho certeza.

Anônimo disse...

Fazer sexo sem vontade é o mesmo que trabalhar sem ganhar dinheiro. Sexo é bom com quem agente gosta. Sexo pra mim que não tem uma preliminar, em todos os setores do corpo, principalmente beijos, É SEXO RUIM.