terça-feira, 24 de março de 2009

Redes de lojas de varejo passam a fazer empréstimo pessoal

Grandes redes intermediam empréstimos a seus clientes, com juros que chegam a 13% ao mês.
As principais redes varejistas de vestuário, cama, mesa e banho, de eletrodomésticos e móveis entraram também no ramo de empréstimo pessoal, mesmo que de forma indireta.

Em parcerias com bancos e financeiras, elas oferecem empréstimos a seus clientes e até para não clientes, para atrair mais pessoas às lojas, aumentar a receita financeira e agregar mais serviços prestados.

A diferença desses serviços prestados pelas lojas daqueles realizados pelos bancos é que a liberação do empréstimo no balcão do comércio é mais rápida, em cerca de 30 minutos, pois não precisa de avalista e funciona todos os dias, com horários mais flexíveis.

Mas os juros das lojas-financeiras são bem superiores ao dos bancos, chegando a 13% ao mês, e o valor é limitado em no máximo R$ 10 mil. Mesmo assim, de acordo com atendentes das lojas, muitas pessoas utilizam esse tipo de crédito, sobretudo para pagar outras dívidas ou como um socorro na hora de imprevistos, como uma doença.

Negócio
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL), Melchior Luiz Duarte de Abreu Filho, explica que as financeiras e alguns bancos utilizam as grandes redes de lojas de varejo como balcão de negócios.

“Ao concederem empréstimos a seus clientes, os lojistas não estão desviando seu foco de atuação. Mas agregando mais serviços prestados”, justifica Melchior Filho.
Na sua opinião, usar esse tipo de crédito para o consumo não vale a pena, em função dos juros altos. Nesses casos é preferível adquirir o produto através do crediário próprio da loja, já que o financiamento sai mais barato.

Em Goiânia, são poucas as lojas que trabalham no ramo de empréstimo pessoal e mesmo assim são redes nacionais. Nenhuma cadeia de loja regional tem esse tipo de serviço, no momento.

O Novo Mundo chegou a operar com empréstimos pessoal por um ano. Mas decidiu abortar a operação, no início do ano passado, quando vislumbrou os indícios da crise financeira mundial.

O gerente de serviços do Novo Mundo, Marcelo Résio, informa que a empresa tem pretensão de voltar a operar com crédito pessoal, no momento oportuno, para garantir a geração de mais receita financeira e atrair mais clientes às lojas do grupo.

Ontem, a reportagem do POPULAR visitou algumas lojas das grandes redes de varejo em Goiânia que trabalham com empréstimo pessoal, como a C&A, Renner e Riachuelo. Todas tem exigências em comum: as apresentações dos comprovantes de renda e de endereço, documentos pessoais e os cheques do titular da conta no banco, com mais de seis meses de vigência, que são dados em garantia do empréstimo.

A C&A, através de convênio com o seu agente, a Financeira Ibi, cobra juros mensais de seus clientes que variam entre 4,9% a 13,9%. O limite de crédito varia de acordo com o cadastro do cliente portador do cartão da própria loja. Mas o prazo de pagamento do empréstimo pode chegar a 15 meses. Após a aprovação do cadastro, o dinheiro é liberado em 30 minutos.

Nas lojas Renner o empréstimo pessoal é concedido pelo Banco Safra em até 15 meses, com o primeiro pagamento 60 dias após a liberação do dinheiro.

Nas operações com cheque a taxa mínima de juro incidente é de 6,99% e máxima de 10,99% ao mês, mais cobrança de IOF. A Riachuelo também trabalha com o Banco Safra. Mas limita o prazo do empréstimo pessoal a 12 vezes e o limite do crédito depende do cadastro.

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