quinta-feira, 11 de junho de 2009

Corpus Christi, amor sem limites

Corpus Christi, amor sem limites

Celebramos a grande solenidade de Corpus Christi. Queremos e devemos, a cada ano, dar mais brilho a esta festa, fixando o nosso olhar e repousando o nosso coração e a nossa alma no mistério eucarístico, o Corpo e o Sangue de Cristo. A razão de ser desta festa se encerra naquela noite da última ceia de Jesus com os discípulos, na qual “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o extremo”. Tomando um pedaço de pão, primeiro, e um cálice com vinho, depois, nos deixou o seu testamento, que é a aliança nova e definitiva de seu corpo entregue por nós e de seu sangue derramado para remissão dos pecados. Antecipava desta forma e perpetuava o que poucas horas depois, de maneira real e concreta, foi o evento único e irrepetível de sua paixão e morte redentoras.

A partir daí, na Eucaristia, nos encontramos com este amor que não tem limites. Essa celebração remete-nos à nossa própria responsabilidade, ao amor, à igualdade, à solidariedade e à unidade; mas, sobretudo, nos lembra que o Corpo e o Sangue de Cristo nos são dados para que nós mesmos sejamos transformados, quer dizer, cheguemos a ser Corpo de Cristo, a nos entregar por todos e para o serviço de todos e a ser uma só coisa com Ele e com os nossos irmãos.

A dinâmica do Corpo de Cristo nos leva a ser transformados pelo amor de Jesus para introduzir no mundo o seu amor e enfrentar os problemas globais que pesam sobre a humanidade, especialmente sobre os setores mais deserdados e marginalizados. Trata-se de um amor real, “de uma solidariedade exigida por um mundo cada vez mais interdependente e no qual perduram situações de extrema pobreza, ameaças de violências e conflitos. São essas situações que impedem a promoção de maneira harmoniosa e solidária, de uma sociedade na qual cada um se sinta acolhido e amado. São milhões as crianças, as mulheres e os homens que sofrem cotidianamente fome, insegurança e marginalização em todo o mundo. Estas situações constituem uma grave ofensa à dignidade humana e contribuem para a desestabilização social” (João Paulo II).

Enquanto o poder crescente do homem tropeçar no muro das desigualdades, as coisas só poderão piorar. A superação da violência, do ódio, da injustiça, e a implantação do amor são condições indispensáveis para que o homem possa justificar sua dignidade. É necessário recuperar a grandeza e a verdade, aquelas que descobrimos no mistério eucarístico; no Corpo de Cristo que se entrega por nós, no amor, para que o façamos nosso e se implante no mundo. Só o Amor, o que assimilamos na Eucaristia, nos abre ao futuro; só o amor fará possível uma humanidade nova

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