Medida é apresentada como prerrequisito para empossar concursados. Nomeados seriam efetivados de qualquer maneira, afirma sindicato
Mil e trinta e cinco servidores comissionados começam, a partir de segunda-feira, a compor listas - elaboradas pelos respectivos secretários e presidentes destes órgãos - para serem demitidos. Os servidores estão lotados nas Secretarias de Saúde, Fazenda (antiga Agência Goiana de Negócios - Aganp), Segurança Pública, Meio Ambiente, Cidadania e Educação; Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Agência Goiana de Comunicação (Agecom) e Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo).
A medida é a compensação que o governo afirma ter encontrado para empossar, também a partir de segunda-feira, os 704 concursados nomeados no fim do ano passado e que até ontem não conseguiram tomar posse. As demissões foram anunciadas ontem pelo governador Marconi Perillo. Desde o início do ano, os aprovados não empossados organizam manifestações públicas para sensibilizar o governo. O procurador-geral do Estado, Ronald Bicca, disse que não há cronograma para as demissões. "Não podemos tirar essas pessoas de qualquer maneira, senão corremos o risco de ter de recontratá-las por necessidade administrativa", disse.
Mas como os concursados começam a tomar posse a partir de segunda-feira, as secretarias devem, em tese, iniciar as demissões assim que os empossados começarem a chegar para o trabalho. "Senão o Estado não aguenta as despesas", disse Bicca. O procurador garante que os secretários e presidentes de agências começam a fazer suas listas de substituição já na semana que vem. Adiantou que haverá auditoria na folha de pagamento do Estado, que, segundo ele, está repleta de servidores que não atendem as expectativas de produtividade. "Tem gente morta recebendo; gente que ganha R$ 4 mil e recebe Bolsa Cidadã.
""Ainda haverá mais demissões"
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde em Goiás (Sindisaúde), Maria de Fátima Veloso, que representa os concursados da pasta, diz não haver sentido no anúncio das demissões como compensação para empossar concursados, vez que o governo continua a nomear e empossar comissionados desde o início do ano. "Essas demissões não têm a ver com os concursados. Ainda haverá muitas demissões de comissionados, é só esperar", disse.
Há 9.504 cargos comissionados ocupados no Estado. A reforma administrativa aprovada no início do ano, que demitiu 3.832 funcionários ligados ao governo anterior, manteve 3.418 servidores ligados ao atual governo, que já ocupavam os cargos. A reforma deu ao governador a prerrogativa de "promover afastamento voluntário sem remuneração de servidor", por decreto - sem a necessidade de submeter projetos à Assembleia Legislativa. ▩
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