terça-feira, 7 de junho de 2011

Comércio

Lojistas estão menos otimistas


Queda no índice de confiança dos empresários indica menor movimentação no segundo semestre

Menos otimistas em relação à economia, os comerciantes da Grande Goiânia devem entrar o segundo semestre com o pé no freio. Pesquisa divulgada ontem mostra que o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) vem diminuindo nos últimos meses. Em maio, o indicador alcançou 132,8 pontos, numa escala que vai de zero a 200 - acima de 100 indica otimismo e abaixo, pessimismo.

Embora o resultado ainda aponte uma situação otimista, ele é 1% menor do que o de abril e 3,2% abaixo do de março, segundo a Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio-GO), responsável pelo levantamento.

Diante desse cenário, a expectativa de vendas para o Dia dos Namorados é modesta: deve crescer entre 4% e 5% em relação ao ano passado. O presidente da Fecomércio-GO, José Evaristo do Santos, explica que a atual desaceleração do comércio é reflexo direto das medidas adotados pelo governo federal para conter o consumo no País - aumento da taxa de juros (Selic), restrição de crédito e elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para reduzir os financiamentos de longo prazo.

"O comércio também não quer o retorno da inflação, mas discordamos da forma como o governo tem feito para frear a alta dos preços. Acreditamos que o melhor seria um estímulo da produção, para que a oferta de produtos passe a ser maior do que a demanda. Assim, necessariamente, os preços tendem a cair", argumenta José Evaristo.

Cenário

Ao desmembrar o Icec, quase todos os indicadores aparecem negativos em maio. Para os lojistas, a situação mais crítica é quanto às condições atuais do comércio, cuja pontuação caiu 6,5% em relação ao mês anterior - foi de 99,7, ou seja, pessimista (abaixo de 100). Nesse caso, a maioria (45,4%) dos comerciantes respondeu que a condição vivencidada pelo setor melhorou pouco de um mês para o outro, enquanto 34,4% deles disseram que piorou pouco.

A percepção sobre as condições atuais da economia também é menor. Caiu 4%, chegando ao limiar entre otimismo e pessimismo (apenas 100,3 pontos).

Quanto às expectativas tanto para a economia quanto para o comércio também foram reduzidas: -1% e -5,4%, respectivamente. Por outro lado, mesmo que o Icec aponte menos contratações e investimentos para os próximos meses, não há motivo para preocupação, segundo o presidente da Fecomércio.

"Pelo menos até metade do segundo semestre, achamos que continuará a haver uma desaceleração do comércio. Não deve haver demissões. Vamos crescer, mas devagar." Para o cálculo do Icec, a federação entrevistou 221 empresários da Grande Goiânia

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