Vendas do comércio crescem pelo 5º mês seguido, diz IBGE
O comércio varejista brasileiro deve encerrar o ano com resultado próximo ao de 2006, quando houve crescimento de 6,2%, estimou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. Em setembro, as vendas no varejo cresceram pelo quinto mês consecutivo, em 0,3% sobre agosto, segundo dados com ajuste sazonal. Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve avanço de 5%.
Devido à crise mundial, o setor não conseguirá manter o padrão de crescimento de 9% registrado em 2008 e 2007, segundo Reinaldo Pereira, economista do IBGE.
Isso significa que as vendas continuarão em expansão até o fim do ano, já que o crescimento acumulado em 2009 até setembro, de 4,7%, é inferior à expectativa do IBGE.
"O comércio vinha crescendo em um nível forte (antes da crise) e sabíamos que o patamar iria mudar com a turbulência. Vamos ficar bem abaixo do que vimos em 2007 e 2008", disse Pereira, referindo-se ao crescimento de, respectivamente, 9,7% e 9,1%.
Ele acrescentou que em 2008 o segmento de móveis e eletrodomésticos puxou o crescimento devido à grande oferta de crédito, enquanto neste ano super e hipermercados são a alavanca, graças a inflação mais baixa, aumento da massa salarial, preservação do mercado de trabalho e dólar mais fraco.
"Se, por um lado, o câmbio valorizado atrapalha as exportações; por outro, aumenta a oferta interna e as importações - o que torna os preços mais fixos", disse.
Setembro Economistas consultados pela Reuters previam para setembro um crescimento mês a mês de 0,2% e alta na comparação anual de 4,95%.
O dado divulgado mostra "um crescimento em ritmo moderado, com tendência de acelerar mais nos próximos meses", comentou Silvio Campos Neto, economista-chefe do Banco Schahin.
"A situação do varejo é favorável, com renda, crédito e emprego em expansão", acrescentou.
Em setembro sobre agosto, sete dos dez setores pesquisados tiveram aumento das vendas, com destaque para Veículos e motos, partes e peças (9,1%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (8,8%) e Móveis e eletrodomésticos (1,8%).
Ante setembro de 2008, houve alta em seis dos oito setores. Os destaques foram Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (9,7%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (6,6%).
O varejo ampliado, que incluiu os setores de construção civil e automóveis e motos em outros tipos de comparação, avançou 3% ante agosto e 9,1% em relação a setembro de 2008.
O destaque foi para o setor de motos e veículos, que registrou alta de 9,1% e 18,9%, nas comparações mensal e anual, respectivamente. "Houve uma corrida para a compra do carro novo porque a isenção do IPI estava chegando ao fim", disse o economista do IBGE.
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