Quanto mais cedo se inicia o consumo deálcool, maiores as chances de problemascomo abuso e dependência

A pesquisa contou com a participação de quase 12 mil alunos de 13 a 18 anos, de 96 escolas particulares de várias cidades do Brasil, que responderam anonimamente a um questionário online no período de 18 de maio a 6 de julho de 2009. De acordo com os resultados, 37% dos entrevistados com menos de 13 anos já beberam alguma vez; aos 13 anos, 50% já tiveram contato com o álcool; aos 14 anos, 64%; aos 15 anos, 76%; aos 16 anos, 80%; e acima de 16 anos, 84%.
"De um lado, há uma série de pressões culturais e sociais para que o jovem beba. De outro, existe a curiosidade e a necessidade de experimentação inerentes à fase da adolescência. Essa combinação faz com que a maior parte dos jovens já tenha bebido antes de sair do ensino médio", analisa Bouer.
O maior perigo dessa situação é mensurado por estudos: quanto mais cedo se inicia o consumo de álcool, maiores as chances de problemas como abuso e dependência. Além disso, nos padrões mais pesados de consumo, pode haver um prejuízo do desempenho escolar (faltas, notas baixas) e, eventualmente, nos relacionamentos com o grupo de amigos e parcerias afetivas.O consumo regular também se estabelece precocemente entre os jovens. Segundo a pesquisa, 30% dos entrevistados começaram a beber de forma regular aos 14 anos. Apesar de a legislação brasileira permitir o uso de bebidas alcoólicas somente a partir dos 18 anos, 90% afirmaram que elas são facilmente adquiridas.
Família e religião Segundo Bouer, as pressões do grupo de amigos e a estrutura familiar podem influenciar o modo como os jovens bebem, tanto para um padrão mais moderado de consumo, como para um padrão mais pesado.A pesquisa mostra que entre aqueles cujos pais vivem juntos, 50% consomem apenas uma dose, 25% de duas a três doses, 10% de quatro a cinco doses e 12% mais de cinco. O número de doses se refere a cada vez que jovem ingere bebidas alcoólicas. Nos casos em que o pai ou mãe ou ambos morreram, 23% consomem mais de cinco doses.
Já no grupo de jovens cujos pais nunca moraram juntos, 30% bebem mais de cinco doses de álcool. "Pais e parentes que bebem com moderação ou mesmo que não bebem podem 'educar' os filhos para um padrão mais responsável de consumo", diz o psiquiatra. O relacionamento em casa também é um grande termômetro do comportamento do jovem em relação ao álcool. Os que afirmaram ter uma ótima ou boa relação em casa consomem menos álcool: 56% e 50%, respectivamente, param na primeira dose. Já entre os entrevistados que definiram o relacionamento doméstico como péssimo, 56% consomem mais de cinco doses. Seguir uma religião também ajuda a ter parcimônia quando o assunto é álcool.
Entre os jovens que responderam que a religião é fundamental, 58% tomam uma dose e apenas 10% vão além de cinco. Entre aqueles que têm uma religião, mesmo que não pratiquem, ou têm família que segue uma doutrina religiosa, 47% e 35%, respectivamente, tomam uma dose, e 15% e 25%, respectivamente, superam cinco doses.
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