sexta-feira, 19 de março de 2010

Goiás tem o menor índice de devolução de cheques em 9 anos

A quantidade de cheques sem fundo em Goiás durante o mês de fevereiro foi a menor dos últimos nove anos. Dos 3.201.841 cheques compensados no período, 71.034 foram devolvidos, o que representa 2,22% do total, conforme o indicador Serasa Experian (a média nacional é de 1,85%).

A última vez que o número de devoluções esteve abaixo do verificado no mês passado foi em fevereiro de 2001, quando 65.303 foram recusados. O índice também é menor que o de janeiro, que teve 2,27% de inadimplência.Goiás é o décimo Estado do País com menos cheques devolvidos.
A boa notícia para os comerciantes é mais uma vez justificada pelo crescimento da economia nacional desde o início do semestre passado, que refletiu no aumento da geração de emprego e de renda. “Os dados de cheques devolvidos são um termômetro para o comércio, sobre a situação do mercado consumidor”, afirma o presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Estado de Goiás (Sindilojas), Eurípedes Ferreira dos Santos.Por outro lado, é preciso considerar, na análise dos dados, que a quantidade de cheques emitidos também vem sendo reduzida ao longo dos anos, com a ampliação do uso dos cartões de crédito e débito, pagamentos on-line e débito em conta.
Por isso, a diminuição de cheques sem fundos é proporcional, ressalta o presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio), José Evaristo dos Santos.Outra explicação é que os lojistas passaram a ser mais seletivos no recebimento dos cheques. Segundo José Evaristo, eles consultam com mais frequência os mecanismos de análise de crédito (Serasa, SPC, Telecheque) e têm priorizado os pagamentos por meio de cartões de crédito.
A expectativa é de que o porcentual de cheques sem fundo continue a diminuir, visto que é no primeiro trimestre do ano que a inadimplência é maior.Para o assessor econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida, essa inadimplência é reflexo do mau controle que as pessoas têm de suas finanças pessoais e também da má qualidade da concessão de crédito por alguns comerciantes, principalmente os de menor porte. Ele destaca que é necessário que se adote mecanismos mais eficientes para gerenciar os riscos numa negociação com cheques.
”Normalmente, o lojista só se preocupa em olhar se o nome da pessoa está no Serasa. Mas não se empenha em pedir uma identificação mais detalhada. A venda com cheque deve ser encarada como uma venda à prazo, que precisa de cadastro e confirmações de dados como endereço e renda”, enfatiza.Esse é um cuidado que o empresário Gilberto Soares da Silva aprendeu após anos de prejuízos. Ele é sócio do supermercado Ponto Final, na Vila Redenção, e há cerca de cinco anos implantou um sistema que reduziu a quase zero a devolução de cheques.
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