sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Sudoeste concentra piores estradas

Rodovia GO-333, que liga Rio Verde a Paraúna, está em obras, enquanto motoristas sofrem com atoleiro no trecho da GO-206, entre os municípios de Serranópolis e Itarumã

Maior produtora de grãos do Estado, a Região Sudoeste é a que concentra a maior quantidade de rodovias, federais e estaduais, em más condições. Em pleno início de safra – a Federação da Agricultura de Goiás (Faeg) estima que 15% das lavouras de soja já foram colhidos –, produtores rurais reclamam das perdas acumuladas com a dificuldade para escoamento em função da malha viária. A situação das rodovias estaduais, tanto pavimentadas como não-pavimentadas, é pior.

“Simplesmente não consigo vender minha produção, porque as transportadoras já conhecem a situação e se recusam a vir buscar”, revelou ao POPULAR o produtor rural Mozart Carvalho, presidente do Sindicato Rural de Jataí e vice-presidente da Faeg. A propriedade de Mozart fica às margens da GO-206, que liga as cidades de Jataí e Chapadão do Céu. A situação crítica da rodovia é reconhecida pela Agência Goiana de Transporte e Obras (Agetop), que tem obras programas para ela tanto no trecho pavimentado como no de chão batido.

O diretor técnico da Agetop, Ricardo Ferreira Souza, estima que pelo menos 30% das rodovias estaduais não-pavimentadas estejam em estado ruim e crítico, o que equivale a aproximadamente 3,1 mil quilômetros de estradas. A maioria fica na Região Sudoeste (veja quadro), principalmente ligando Jataí a outras cidades. Já nas estradas asfaltadas, Souza acredita que 10%, ou aproximadamente mil quilômetros, se enquadrem como críticos ou ruins.

“Cerca de 50% são boas, novas, feitas nos últimos oito anos”, assegura. Mesmo entre essas rodovias mais recentes há necessidade de obras. Cerca de 1,5 mil quilômetros devem ser recapeados. O restante das rodovias é apontado pela Agetop como regular, onde é possível encontrar buracos, especialmente devido à grande quantidade de chuvas. “Com as chuvas, os buracos surgem de uma hora para outra. Um motorista que passa por uma rodovia em boas condições de manhã pode encontrar buracos na volta, por isso recomendamos que as viagens noturnas sejam evitadas”, diz.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os problemas nas rodovias federais restringem-se aos trechos onde há obras. É o caso da BR-070, no perímetro urbano de Águas Lindas, no Entorno do Distrito Federal, onde equipes estão trabalhando para conclusão da duplicação, que deve ser inaugurada na próxima sexta-feira. O Dnit também aponta como crítica a BR-452, próxima a Rio Verde e no trevo de Santa Helena de Goiás, mas garante que o trecho está em manutenção devido às chuvas.

Pior do Brasil A BR-452, eleita no ano passado pelo Guia 4 Rodas a pior rodovia do Brasil, é apontada também pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) como a mais precária de Goiás. “De uma maneira geral, o estado das rodovias federais é de regular a bom, mas a BR-452, que liga Itumbiara a Rio Verde, é a que está em piores condições”, diz o chefe do Núcleo de Comunicação Social da PRF, inspetor Newton Morais Souza. A polícia está fazendo um levantamento de toda a malha viária goiana para o planejamento de sua operação de carnaval.

O inspetor Franklin Borges de Almeida, que atua no posto da PRF em Rio Verde, revela que o pior trecho da BR-452 é o que liga Rio Verde a Castelândia. “Não havia buracos, mas as chuvas removeram a massa colocada em tapa-buracos anteriores e a rodovia está muito esburacada, com ocorrência de acidentes com veículos de carga”, diz.


Outras rodovias federais da Região Sudoeste, as BRs 364 e 158 são apontadas como em boas condições pelo inspetor Eugênio Lobato. A BR-364 apresenta buracos e trechos irregulares.

0 Comentar: