quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Inadimplência em queda no Estado

Índice de atraso em pagamento de prestações volta para à média de 2% registrada antes da crise financeira, depois de atingir 4,5%


Sônia Ferreira
A inadimplência (atraso de pagamento acima de 90 dias) no comércio goiano já voltou para índices de 2%, taxa registrada antes da crise financeira mundial, que estourou em setembro de 2008. No primeiro semestre do ano passado, a taxa chegou a 4,5%, deixando os comerciantes em alerta.Mas desde agosto, quando a economia voltou a dar sinais de crescimento, a inadimplência vem diminuindo em Goiás mês a mês, de acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL), Melchior Luiz Duarte de Abreu Filho.Dados da Confederação Nacional dos Lojistas (CNDL) divulgados ontem apontaram queda de 14,9% no total dos registros de inadimplência do SPC Brasil entre 2008 e 2009. Para Melchior Filho, a estatística comprova a tendência de melhora do perfil do pagamento do consumidor.
“Isso é bom demais”, comemora.Já no sistema financeiro, a inadimplência ainda continua elevada, em torno de 11%, embora também venha caindo nos últimos três meses, de acordo com o presidente da Associação dos Bancos no Estado de Goiás (Asban-GO), José Taveira.Dos consumidores que não estão honrando seus compromissos financeiros nos bancos, a maioria pegou o dinheiro para adquirir bens de consumo, como veículos, eletroeletrônicos e eletrodomésticos, conforme levantamento da diretoria da Asban.
Além da recuperação da renda e de mais empregos em Goiás, outros fatores que contribuíram para a queda da inadimplência no comércio foram as estratégias adotadas pelas empresas, que passaram a ser mais criteriosas na liberação de crédito e até a restringir financiamentos aos consumidores que não têm um histórico de fidelidade.Com isso, mesmo com o crescimento das vendas parceladas, a CDL não teme uma nova bolha de inadimplência no início de 2010, como já ocorreu em anos anteriores.
Isso porque a taxa de desemprego tem diminuído em Goiás e a economia continua dando sinais de recuperação.ComércioDos carros vendidos em Goiás, 60% são financiados, em média de 36 meses, lembra o diretor do Sindicato das Concessionários e Distribuidoras de Veículos em Goiás (Sincodive-GO), Orlando Carlos da Silva Júnior. Ele não sabe estimar qual é a taxa de inadimplência no setor, mas admite que não é baixa.As lojas de eletroeletrônicos, eletrodomésticos, móveis e calçados admitem que o número de consumidores que deixaram de honrar seus pagamentos aumentou até julho passado, passando de 15%, na comparação com 2008.
O gerente de crédito e cobrança da Rival Calçados, Paulo Henrique Salves Moreira, também confirma que nos últimos meses a inadimplência no comércio varejista começou a cair e que os lojistas passaram a ser mais rigorosos nas vendas a crediário.

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