sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Endividamento

Famílias perdem controle com o cartão, diz Procon


Uso do cartão em pagamentos passou de 53% em 2010 para 72% em 2011, diz pesquisa do Procon-GO

Mais goianienses estão perdendo o controle do orçamento familiar por conta do cartão de crédito. Pesquisa da Superintendência de Defesa do Consumidor de Goiás (Procon-GO) divulgada ontem revela que o número de consumidores que utilizam o dinheiro de plástico cresceu de 53%, em 2010, para 72% nesse ano. No mesmo período, o número de pessoas que deixaram de planejar o orçamento doméstico saltou de 15% para 22%.

A pesquisa ouviu 420 moradores da capital e confirmou o resultado de outro estudo divulgado pelo Procon na semana passada. Conforme levantamento anterior, o goianiense estaria mais endividado justamente por conta da falta de planejamento. A conclusão foi obtida a partir da análise de 7.661 pedidos de cálculos de dívidas realizados entre julho e agosto. O cartão de crédito liderava a lista dos maiores geradores das dívidas.

O gerente de Pesquisa e Cálculo do órgão, Gleidson Tomaz, diz que as duas pesquisas se cruzam e revelam que as famílias goianas estão mesmo tendo dificuldade para controlar seus gastos. O fenômeno seria reflexo da expansão do crédito nos últimos anos, que aqueceu o consumo.

"Sem orçamento familiar e com a oferta considerável de crédito, principalmente pelo cartão, o consumidor está se endividando rápido", afirma. Um exemplo está na constituição de reservas. Em 2010, 42% dos consumidores disseram sempre reservar dinheiro para despesas comuns de início de ano, como IPTU e matrícula escolar. Em 2011, esse porcentual caiu para 40%.

O número de pessoas que disseram não possuir esse hábito, por sua vez, subiu de 38% (2010) para 51% (2011). "Sem planejar e com as dívidas crescendo, o consumidor deixa algumas contas sem pagar e fica sem reserva. O ideal é que, de preferência nos últimos três meses do ano, quando há também o recebimento do 13º salário, se economize certa quantia para bancar essas despesas."

A padronização da nomenclatura das tarifas bancárias não é mais dificuldade para os consumidores entederem, mas o Custo Efetivo Total (CET) ainda causa dúvidas. Em 2010, 43% dos consumidores disseram não ter dificuldades para entender os lançamentos dos bancos e, neste ano, o porcentual subiu para 55%. Quanto ao CET, apesar de mais de três anos em vigor, 96% dos entrevistados não souberam dizer o que é e para que serve.

Gleidson diz que no ano passado 41% dos consumidores tinham, às vezes, dificuldades de entender um ou outro lançamento. Nesse ano, apenas 28% confirmaram a dificuldade. " Quando o Conselho Monetário Nacional reduziu o número de tarifas de mais de 80 para 20, padronizando os nomes, a medida facilitou para o consumidor o entendimento e o controle dos gastos com serviços bancários", avalia o gerente do Procon

0 Comentar: