sábado, 3 de outubro de 2009

Empresas preveem investir R$ 31 bilhões até 2012 em Goiás

Pesquisa mostra que 664 projetos nos setores industrial e de serviços devem criar 110,8 mil empregos

A pesquisa de intenção de investimentos em Goiás, divulgada ontem pela Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento do Estado (Seplan), mostra que diferentes setores da economia já consideram que o pior da crise financeira ficou para trás. A tendência agora, segundo o relatório, é a retomada de projetos que ficaram suspensos em função da turbulência global.

Os técnicos da Seplan preveem que o Estado receba R$ 31,77 bilhões em investimentos nos setores industrial e de serviços até 2012. Ao todo, a pesquisa aponta 664 projetos, que devem gerar 110,8 mil novos postos de trabalho nos próximos anos.

O relatório da secretaria inclui projetos que serão implantados e também ampliações em unidades já existentes. O balanço é feito a cada seis meses e foi apresentado pela primeira vez em 2004. Os dados anteriores, anunciados em março, indicavam R$ 30,42 bilhões em intenções de investimentos para Goiás.

O setor de açúcar e álcool lidera o ranking de investimentos previstos, com 84 projetos, o que devem significar R$19,04 bilhões aplicados no Estado até 2012. Um dos destaques da pesquisa nesse setor é a Usina Otávio Lage, localizada em Goianésia, que terá capacidade de processamento de 1,4 milhão de tonelada de cana-de-açúcar por safra.

“Verificamos que algumas intenções de investimento foram adiadas com a crise, mas, de modo geral, não identificamos desistências. A tendência é de retomada”, afirma o economista Marcos Fernando Arriel, gestor de planejamento da Seplan.

O presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool do Estado de Goiás (Sifaeg), André Luiz Rocha, afirma que o cálculo utilizado na pesquisa da Seplan é diferente do que é levado em consideração pelo sindicato.

“Ainda é prematuro falar em retomada total de investimentos. Aos poucos, eles estão voltando, mas isso não depende apenas da boa vontade do governo, depende também do cenário da economia no Brasil e no mundo”, destaca.

De acordo com André Rocha, até 2011, quatro novas usinas de açúcar e álcool devem ser instaladas no Estado. “Essa é a previsão que o sindicato faz hoje. Mas sabemos que, com avanços na logística, por exemplo, os investimentos podem ser acelerados.”

O economista da Seplan explica que a coleta de informações para o relatório é feita de maneira sistemática e tem como fontes os bancos de dados do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) e do Programa Produzir, além de reportagens publicadas nos veículos de comunicação do Estado.

O aumento da demanda mundial por commodities minerais e a reação nos preços internacionais desses produtos, segundo Marcos Fernando, têm dado impulso ao setor de mineração, que fica em segundo lugar nas intenções de investimentos no Estado. Cerca de R$ 5 bilhões devem ser aplicados, nos próximos anos

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