Devolução de cheques bate recorde

Em Goiás, para cada mil cheques compensados no primeiro trimestre deste ano, 30 foram devolvidos, conforme a Serasa.

O número de cheques devolvidos em pagamentos à vista e a prazo atingiu no primeiro trimestre deste ano o maior nível dos últimos três anos em Goiás, mostrou ontem o indicador da empresa de análise de crédito Serasa Experian. A média de 30 cheques para cada mil compensados no Estado foi maior que a do País, que ficou em 23,6 e também foi recorde desde o início da pesquisa, em 1991. Para os 112,12 milhões de cheques compensados no mês anterior no País, foram devolvidos 2,75 milhões dessas ordens de pagamento.

No País, a inadimplência com cheques aumentou 6% na comparação com fevereiro e foi ainda maior - 18,3% - considerando março do ano passado. O quadro não melhora se comparado trimestre contra trimestre: o atraso nos pagamentos com cheques aumentou 19,2%. Entre janeiro e março deste ano, foram compensados 311,49 milhões dessas ordens de pagamentos, mas foram devolvidos 7,36 milhões de cheques.

Em Goiás, a quantidade de cheques devolvidos subiu 25,5% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, quando o índice foi de 23,9 cheques para cada mil compensados. O Estado ficou em 17º no ranking dos cheques devolvidos, no primeiro trimestre de 2009. No ano passado, tinha ficado na 19ª colocação, conforme o levantamento.

Motivos

Os economistas da Serasa Experian avaliam que o recorde de cheques devolvidos reflete os efeitos da crise financeira mundial no País, com o desaquecimento da atividade econômica e a redução no número de empregos formais.

Eles lembram ainda que nesta época sempre há acúmulo de cheques pré-datados emitidos para as compras de fim de ano e de pagamento de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e despesas escolares.

No trimestre, o Estado com a maior taxa de inadimplência foi o Acre (98,4), seguido por Roraima (96,9), Amapá (93,4) e Maranhão (90,9). Os Estados com menor taxa foram: São Paulo (18,4), Rio de Janeiro (19,4) e Santa Catarina (20,8), de acordo a Serasa