segunda-feira, 11 de julho de 2011

Conduta profissional

Internet em excesso dá demissão


Pesquisa mostra que tempo é desperdiçado com e-mails de piada, troca de links, jogos e até pornografia, entre outras coisas

11 de julho de 2011 (segunda-feira)



Quanto tempo você passa na internet no seu emprego? E desse total, quanto não diz respeito a tarefas profissionais? Uma pesquisa feita pela consultoria Triad com 1.600 pessoas revela que 80% dos profissionais gastam até três horas do tempo de trabalho com atividades não produtivas, na maioria das vezes navegando pela rede. O dado é preocupante, visto que muitas pessoas não esperam ser desligadas da empresa por causa desta postura. E o que é pior: mal sabem que a demissão pode ser por justa causa.

Os motivos da dispensa podem ser os mais variados: acesso a sites de pornografia, divulgação de informações confidenciais na rede e mau uso do e-mail corporativo. Neste último caso, já existe jurisprudência que permite o acesso da empresa às mensagens trocadas pelos funcionários por e-mail da corporação sem configurar invasão de privacidade, afirma o psicólogo organizacional Eduardo Mesquita, diretor da Idea Consultoria.

A demissão por justa causa é prevista no artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para casos de improbidade, má conduta, negociações sem permissão do empregador ou que sejam concorrentes à empresa em que trabalha, violação de segredo da corporação, insubordinação, ofensas moral ou física, negligência no desempenho das funções, dentre outros.

No levantamento da Triad, 40,9% dos entrevistados disseram que desperdiçam seu tempo repassando piadas por e-mail, 26,1% trocam links de vídeos do YouTube com colegas, 20,6% se divertem com jogos virtuais e 11,1% acessam conteúdo pornográfico.

Com a popularidade das redes sociais (como Orkut, Facebook e Twitter), essa interação é ainda mais intensa e pode tomar um tempo produtivo precioso de quem não sabe limitar seu uso.

Para tentar minimizar tal situação, o uso de ferramentas de monitoramento e bloqueio de programas e conteúdos tem sido cada vez mais frequente nas organizações. A atitude é comum, mas pouco inteligente, na opinião de Eduardo Mesquita. Segundo ele, a política de segurança adotada pelas empresas não é sustentável; faltam ações continuadas de treinamento da equipe, de orientação e até educação para o uso adequado da internet.

"A cada intervalo regular, é preciso fazer uma atualização do pessoal, para mostrar os riscos do mau uso da internet, a forma de organizar melhor o tempo e de utilizar ferramentas, como as redes sociais, para beneficiar os negócios e a empresa", analisa.

O especialista acrescenta ainda que o profissional também precisa ter inteligência para utilizar a internet a seu favor. Estabelecer intervalos para olhar e-mail, por exemplo, ao invés de olhar a cada momento que chega uma nova mensagem, é uma forma de otimizar o tempo. "Ele precisa gerar formas produtivas de utilizar a internet. Por meio das redes sociais, o profissional pode ser a ponte da empresa com os clientes, atraindo negócios. Mas é preciso usá-las de forma responsável", frisa.

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